Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que o número de novos casos de câncer aumentará em 43% nos próximos 20 anos, um crescimento atribuído a múltiplos fatores, como o envelhecimento populacional, o retorno do consumo de tabaco em algumas regiões do Oriente e a epidemia global de obesidade. De acordo com a OMS, quase 45% da população em diversos países já enfrenta sobrepeso ou obesidade – uma das principais causas de doenças crônicas, incluindo o câncer.

“O câncer é uma doença multifatorial, mas a obesidade tem se consolidado como a segunda maior causa de câncer, perdendo apenas para o tabagismo,” explica o oncologista Dr. Iran Costa. Ele reforça que, em países como Inglaterra e Estados Unidos, a obesidade já supera o tabagismo como principal fator de risco para alguns tipos de câncer, como os de útero, esôfago, pâncreas e cólon.

Dr. Iran Costa alerta que o aumento na população obesa impacta diretamente o crescimento do número de diagnósticos. “O excesso de peso e a obesidade criam um ambiente inflamatório no corpo que favorece o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, entre eles os de esôfago, útero, intestino, pâncreas, vesícula biliar, fígado, tireoide, mama e ovário.”

Para o especialista, essa realidade é preocupante e deve ser encarada com seriedade por gestores de saúde e pela sociedade como um todo. “Estamos vendo uma tendência que pode sobrecarregar sistemas de saúde e gerar um impacto devastador na vida das pessoas. A prevenção passa por políticas públicas que incentivem hábitos alimentares saudáveis e a prática de atividade física, além do combate ao tabagismo,” destaca o oncologista.

O crescimento da obesidade como fator de risco coloca o mundo em alerta. Além de ser um problema de saúde pública, a condição afeta a qualidade de vida e aumenta os custos com tratamentos médicos. “É fundamental promover conscientização sobre o impacto da obesidade não apenas nas doenças cardiovasculares, mas também no câncer,” conclui o Dr. Iran Costa.

Com esse aumento projetado dos casos de câncer, especialistas e organizações internacionais reforçam a necessidade de ações preventivas e mudanças comportamentais urgentes para reduzir os riscos e minimizar o impacto da doença nas próximas décadas.