Na noite da última quarta (12), o Pátio de São Pedro foi palco do tradicional Concurso de Passistas do Carnaval do Recife 2025. Entre os competidores, esteve o socioeducando, atendido pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), L.R., 18 anos, que disputou, pela primeira vez, na categoria “Passista de Rua/Passista Folião” masculino.

A competição teve como objetivo valorizar e reconhecer os talentos que mantêm viva a tradição do Frevo, um dos maiores patrimônios culturais de Pernambuco. Cada apresentação teve duração máxima de dois minutos e foi avaliada por uma comissão julgadora composta por três especialistas ligados à dança ou a agremiações carnavalescas.

A participação do adolescente no concurso é fruto das oficinas de frevo realizadas no Case Santa Luzia desde março de 2024, sob a orientação do oficineiro e passista Wellington Pereira, conhecido como Neguinho do Frevo. Além do frevo, os adolescentes também aprendem outras danças populares, como maracatu, caboclinho, coco de roda, ciranda e danças africanas, além de terem contato com o teatro.

Para Neguinho, essa participação representou mais do que uma disputa. “Para mim, como oficineiro do Case Santa Luzia, este foi um momento muito importante. É uma forma de mostrar que no Frevo não existem barreiras. Trazer um jovem para participar foi ainda mais significativo, pois evidenciou que ele também tem espaço no Frevo e ajudou a quebrar preconceitos perante a sociedade“, destacou.

A trajetória até o concurso não foi fácil, mas cheia de superação. “A expectativa, claro, era vencer, mas só em participar já me sinto muito feliz. Foi uma grande conquista. A preparação não foi fácil, pois estou acima do peso e isso me fazia cansar mais rápido. Mas acredito que, quando a gente quer, a gente consegue. E este momento foi muito especial para mim“, afirmou o adolescente.

O Concurso de Passistas é um dos momentos mais aguardados do calendário carnavalesco da cidade, reunindo dançarinos de diversas idades e estilos para celebrar a energia e a riqueza do Frevo. A participação de L.R. reforça a inclusão e a importância de abrir espaços para novos talentos, mostrando que a dança é um caminho de expressão, cultura e transformação social.