A tradicional festa de São Pedro, realizada na noite do sábado (28) em Ouro Preto, Olinda, foi marcada por cenas de violência. Durante o evento, promovido no centro comercial do bairro, próximo ao supermercado Soberano, um tiroteio resultou na morte de um homem, ainda não identificado oficialmente.

Segundo relatos de moradores, o clima da festa estava tenso e o evento fugiu dos moldes tradicionais juninos. A programação incluiu atrações musicais que destoavam do repertório de forró e quadrilhas típicas, atraindo grupos numerosos, sem perfil familiar.

Apesar da presença da Polícia Militar no local, os disparos surpreenderam o público.

“Ninguém sabe ao certo de onde partiram os tiros. Foi muito rápido. Só vimos o tumulto e o corpo caído”, contou um morador que preferiu não se identificar. A vítima morreu no local.

Outras festas realizadas no bairro, como as que aconteceram no Santuário e na quadra local, ocorreram sem incidentes, mantendo o formato tradicional junino e contando com a presença tranquila de famílias da comunidade.

O episódio reacendeu o debate sobre a segurança e a organização de festas públicas na cidade. Moradores relatam que a violência tem crescido no bairro e que há pontos já considerados perigosos.

“A gente não sai mais de casa à noite. Estamos reféns. Essa festa foi um erro”, afirmou uma moradora da área central de Ouro Preto.

Além da insegurança, críticas também recaem sobre o modelo de realização das festas juninas este ano em Olinda. Sem polos oficiais organizados pela prefeitura, eventos de bairro têm recebido apoio pontual de aliados políticos, mas sem coordenação ou critérios técnicos.

“Parece que não sabem nem o que estão apoiando. Isso não tem nada a ver com São João”, desabafou outro morador.

Mesmo com a tragédia da véspera, a programação da festa de São Pedro ainda segue prevista para este domingo (29). A população local, no entanto, pede o cancelamento imediato da continuidade do evento, temendo novos episódios de violência.

A Prefeitura de Olinda e a Polícia Militar ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o ocorrido até o fechamento desta matéria.