Problemas do Hospital Agamenon Magalhães geram debate entre Governo e Oposição

 Problemas do Hospital Agamenon Magalhães geram debate entre Governo e Oposição

INADIMPLÊNCIA – Segundo Antonio Coelho, profissionais relataram estar sem receber há três meses. Foto: Roberto Soares

Deputados da Oposição foram à tribuna, durante a Reunião Plenária ontem (25), repercutir visita ao Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no Recife, ontem de manhã. Pacientes acomodados nos corredores, profissionais terceirizados com salários atrasados e problemas na estrutura física foram algumas das questões apontadas pelos parlamentares, que estão percorrendo unidades de saúde do Estado em iniciativa denominada “Blitz da Oposição”. As críticas foram respondidas pelo líder do Governo, deputado Isaltino Nascimento (PSB), que pontuou aumento nos investimentos do Estado na área nos últimos anos.

Primeiro a se pronunciar sobre o tema, o deputado Antonio Coelho (DEM) focou no problema da inadimplência para com os terceirizados. Segundo ele, profissionais da unidade hospitalar relataram estar sem receber há três meses. “Essa realidade mina a imagem que o Governo do Estado vem tentando construir: a de que Paulo Câmara é um bom gestor”, afirmou. “Na verdade, Pernambuco está sendo conduzido por um governador que não paga as contas em dia”, emendou.

O democrata defendeu a revisão das regras da Previdência estadual para garantir mais recursos para a saúde. “O Estado paga R$ 2,6 bilhões por ano para tapar o buraco. O dinheiro, que poderia estar sendo usado para melhorar a vida dos pernambucanos, é direcionado para aumentar as desigualdades, favorecendo juízes, auditores, deputados e muitos outros da elite estatal”, condenou.

As críticas ganharam o reforço da deputada Priscila Krause (DEM). A parlamentar informou que haveria servidores terceirizados ganhando abaixo do salário mínimo. “Todos os pacientes nos falaram da presteza e boa vontade dos profissionais, muitos deles se expondo a situações de risco e recebendo, por isso, cerca de R$ 700 mensais”, disse.

Sobre a situação dos pacientes, a democrata citou o caso de uma idosa colocada perto da porta do banheiro e de indivíduos com doenças infectocontagiosas acomodados em salas sem o devido isolamento. “Vários dramas humanos se misturam. Por isso, meu apelo ao Governo do Estado é que não vire as costas para essas pessoas”, solicitou Priscila.

Líder da bancada de Oposição, o deputado Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) definiu como “lamentáveis” as cenas presenciadas pelo grupo. “Testemunhamos coisas pelas quais nenhum ser humano deveria passar”, comentou, criticando os produtos publicitários do Governo do Estado. “A realidade é uma verdadeira catástrofe, bem diferente dos ‘filmes hollywoodianos’ feitos pelo Executivo”, alegou.

Os deputados Clarissa Tércio (PSC), Antonio Coelho e William Brigido (PRB) somaram-se às críticas, em apartes ao discurso de Marco Aurélio. “Estive na unidade e senti a revolta dos pacientes que estavam ali. Convido todos os parlamentares, inclusive os do Governo, a se juntarem a nós nesse trabalho”, frisou Clarissa. “É uma situação vergonhosa e humilhante”, acrescentou Brigido.

Resposta – O líder do Governo, Isaltino Nascimento, assim como na semana passada, apresentou números relativos ao aumento dos investimentos do Estado em saúde. “Apesar de a Constituição exigir uma aplicação de 12% da receita própria, direcionamos uma média de 15% para o setor de saúde nos últimos anos”, atestou, enfatizando que Pernambuco garante o maior volume de recursos para a área entre os Estados do Nordeste.

 

O socialista reclamou, contudo, que os repasses federais não crescem na mesma proporção e que os municípios vêm falhando na oferta de atenção básica. “Os custos com insumos médicos vêm aumentando progressivamente, mas os valores repassados ao Estado não estão acompanhando. Em paralelo, observamos municípios que não fazem a parte deles no atendimento à população, a qual acaba procurando as unidades de saúde da Região Metropolitana do Recife”, justificou parlamentar.

Nascimento sugeriu três debates a serem feitos na Casa como forma de contribuir com o tema: o subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), a judicialização da saúde e o aumento do número de pessoas que precisaram abandonar os planos de saúde em razão da crise econômica nacional.

Os deputados Marco Aurélio Meu Amigo, Roberta Arraes (PP), Romário Dias (PSD) e Antonio Coelho fizeram apartes ao discurso do líder do Governo. “É importante parar de apontar armas apenas para o Estado e qualificar o debate. A responsabilidade é, também, da União e dos municípios”, declarou Roberta. “Se nos juntarmos para atuar em um só eixo, vamos fazer mais pela saúde do Estado do que as discussões que vêm sendo feitas aqui no Plenário”, acredita Dias.

robsonouropreto

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