Os planos dos caciques do PSB e do PT em Pernambuco vão além das eleições de outubro deste ano, todas as decisões tem como pano de fundo os interesses de cada legenda para as eleições de 2022, ou seja, o PSB tem como prioridade, neste caso em Pernambuco, a sobrevivência política do ungido de Eduardo Campos.

Portanto, quem está em jogo é o futuro político de Paulo Câmara, sendo o nome para composição de chapa com o PT numa disputa nacional. Já o PT trabalha com a tese de retornar a presidência da República, quanto a Pernambuco o PSB que tirou de Humberto Costa a oportunidade de vencer as eleições de 2006, facilitaria a sua vida dando-lhe a chance de ser o candidato da Frente Popular em 2022.

Para que tudo isso tenha sustentação as sucessões municipais do Recife e de Petrolina entram num possível acordo, na capital do estado o PSB apresenta a candidatura de João Campos e o PT entra com o apoio. Já em Petrolina considerada a capital do Sertão, a situação se inverte com o PT apresentando Odacy como cabeça de chapa e contando com apoio do PSB. Se confirmando os acordos, dois nomes vão ter que ser rifados em suas respectivas legendas.

No Recife onde o PSB está no governo há oito anos, o PT teria que sacrificar o nome da deputada Marília Arraes. Lembrando que a mesma já foi rifada por seu partido em 2018 quando pretendia disputar o governo do estado, portanto, se isso se conformar para manter uma aliança com o PSB o PT vai repetir o mesmo entendimento da eleição passada e tirar a neta de Miguel Arraes do páreo e abrir espaço para o filho de Eduardo Campos.

Para manter a luneta apontada em 2022 e fechar acordo em relação às eleições deste ano no Recife, aí Petrolina indiscutivelmente tem que entrar no entendimento dos caciques das duas legendas. Com isso o deputado estadual Lucas Ramos vai adiar o sonho de disputar a prefeitura local, assim como Marília pode ter o nome rifado pelo PT no Recife o parlamentar deve ter seu nome rifado pelo PSB em Petrolina.

Diante das discussões relacionadas às eleições municipais do Recife e de Petrolina, tanto o governador Paulo Câmara quanto o deputado federal Gonzaga Patriota emitiram seus posicionamentos. Paulo garante que não há nenhum acordo nesse sentido, principalmente em relação à sucessão municipal de Petrolina. Já o deputado Gonzaga Patriota, presidente do PSB de Petrolina, disse que se confirmado, seria suicídio duplo.