Freud – 1º Temporada | Crítica

 Freud – 1º Temporada | Crítica

Freud/Netflix – Reprodução

Que o próximo, entre…

Misticismo, investigação criminal, medicina psiquiátrica, conspiração política serão temas corriqueiros nesta produção austro-alemã, de gênero Noir que possui o selo original da Netflix. Com densidade e uma penumbra negra, a primeira temporada de Freud esbanja solidez contida e uma perturbadora percepção ficcional da biografia do pai da psicanálise, despertando, portanto, um desejo enorme em maratonar a série, mesmo identificando algumas limitações textuais. Confira prévia:

A mente humana é fascinante, capaz de encarcerar, aprisionar ou libertar o homem frente ao desafio que é a vida. Sigmund Freud foi um desses visionários, um desses homens que compreendeu isso, enxergando o cérebro além do estado físico, da matéria, mas num emaranhado de conexões incompreensíveis. E tornar essa história num drama, meus caros… foi bastante inteligente. O nosso médico judeu foi literalmente reinventado, deixando a luz do cientificismo contemporâneo de lado, entrando num tom literário incrível.

A nossa história possui poucos núcleos, que se condensam facilmente, como um bom quebra-cabeças. Freud (Robert Finster) é mais um dos muitos médicos do hospital psiquiátrico de Viena, entretanto ele apresenta uma ideia diferente ante os seus pares, diferente do convencional, rompendo com as propostas cientificas existentes daquele momento, logo enfrentará barreiras. O problema nessa história, é que o próprio ‘Sig’ ainda não acredita nessa própria ideia, mas essa jornada o fará criar convicções em seu trabalho.

Freud dará uma perspectiva diferente na solução de causos policiais através da hipnose, ele passará a ajudar a equipe da lei local – os policiais Alfred Kiss (Georg Friedrich) e Franz Poschacher (Chirstoph Krutzler) -, identificando criminosos e descobrindo as ações delituosas. E esse aprofundamento cientifico, ganhará respaldo com a chegada da sua mais importante paciente, a misteriosa jovem húngara com ‘poderes místicos’ por quem se apaixona, Fleur Salomé (Ella Rumpf). Que também é chave para uma grande rede de conspiração orquestrada pelo casal von Szápáry (Anja Kling e Philipp Hochmair) ante o Império Austríaco. Utilizando o misticismo e a arte hipnótica antiga, eles serão os grandes adversários temporada.

Freud/Netflix – Reprodução

A série possui um arco secundário interessante, relacionado ao inspetor Alfred Kiss, melhor que o arco principal em certos momentos, mas no todo, a série compensa os erros, pela concisão de ideias. Freud é assertivo, mesmo em meio ao estado confuso do que é a nossa mente e do que é proposto na trama. O programa atrai, cria um enredo curioso, intrigante. Com sobriedade, apesar dos vícios, Freud de Robert Finster é impactante, sem perdas ficcionais aparentes.

Com um bom elenco, e uma pegada interessante em seu roteiro (sempre evolutivo, dinâmico), Freud é uma boa surpresa da Netflix atualmente, principalmente por tratar de dividir opiniões. Como o público gosta, a trama ‘causou’. O diretor Marvin Kren tratou de mesclar inteligentemente o lúdico, o irreal e o real, despertando, portanto, interesse numa figura importante para medicina contemporânea de maneira simpática e libertadora.

Veja críticas de algumas das produções ligadas a Netflix:

A primeira temporada de Freud chegou a Netflix no dia 20 de Março.

sirinerd

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