Brasil: uma mudança de verdade

Solidariedade, patriotismo e responsabilidade. Três palavras que, quando praticadas verdadeiramente, carimbam dignamente o presente e o futuro da humanidade. Essas palavras foram ditas durante pronunciamento oficial no domingo (27) pelo presidente Michel Temer, ao afirmar que espera a prática delas por parte dos caminhoneiros que participam da paralisação que há dias deixou o país às avessas, conseguindo até deixar sem saber o que fazer a mais alta autoridade do Brasil. Mas é justamente isso (solidariedade, patriotismo e respeito) que não só os caminhoneiros, mas toda nação brasileira quer do seu presidente e dos seus representantes na esfera executiva, legislativa e judiciária. Correto?
O que pretendo aprofundar neste artigo é uma observação que merece a nossa avaliação. Enquanto o movimento mostrou, mesmo sendo protagonizado por um só segmento (dentre tantos outros que existem), o poder que o povo tem quando quer reivindicar ou transformar algo, também revelou o quanto temos ainda que progredir quando nos referimos a “solidariedade, patriotismo e respeito”. Uns lutavam por causas que beneficiariam ao coletivo, já outros desonravam a luta se beneficiando com o sofrimento do próximo ao aumentar vergonhosamente combustível, gás e outros tipos de mercadoria.
Dentre essas três palavras citadas no início do artigo, apego-me à SOLIDARIEDADE, pois vivê-la é indispensável para possibilitar que as práticas políticas recuperem a sua inteireza. Por isso mesmo, urgente e prioritário, neste momento em que a sociedade brasileira precisa sair da crise, é reconhecer que a solidariedade é determinante nas dinâmicas sociais. Isso não é uma simples reflexão teórica, mas indicação de uma exigência moral com força transformadora, pois possibilita o surgimento de atitudes que estão na contramão das violências que dizimam, das corrupções que sucateiam e da perda da percepção de que todos são destinatários, igualmente, de condições dignas.
A sua prática, por ser um valor capaz de requalificar, permite reconstruir o esgarçado tecido da cidadania. Por isso, em todos os momentos, em diferentes sociedades, é indispensável fazer referência, propor iniciativas e refletir sobre a solidariedade. No coração da prática solidária está o princípio fundamental e inegociável da consideração para com o outro. É isso que eu quero praticar. E você?
Dany Amorim