Prédios abandonados há quase 20 anos levam insegurança e riscos para moradores de áreas próximas em Olinda

 Prédios abandonados há quase 20 anos levam insegurança e riscos para moradores de áreas próximas em Olinda

Acúmulo de lixo, falta de iluminação e assaltos constantes nas áreas onde prédios foram desocupados por risco de desabamento estão entre problemas.

Prédios interditados há quase 20 anos por risco de desabamento em Jardim Atlântico e Jardim Fragoso, em Olinda, vem causando problemas para os moradores da vizinhança. Em apenas um dos habitacionais visitados, nove prédios estão abandonados. No entorno, o cenário é de abandono, acúmulo de lixo, mato alto, lama e perigo para a população.

Os nomes de flores dados aos cinco conjuntos habitacionais da Rua Professor Diógenes Hernandes D’ávila, no bairro de Jardim Fragoso, em Olinda, não fazem jus a situação dos edifícios. Ao total, são cerca de 84 apartamentos fechados que, segundo os moradores do entorno, estão abandonados há quase 20 anos, por causa do risco de desabamento.

Em outro bairro de Olinda, Jardim Atlântico, a situação é semelhante: mais prédios abandonados causando transtornos à população. Entre as principais reclamações dos moradores estão o acúmulo de lixo e água parada, que pode causar diversas, além da falta de iluminação que torna as áreas mais perigosas e com assaltos recorrentes.

Em Jardim Fragoso, o mato alto já tomou conta do muro dos residenciais. A dona de casa Gleide Moreira, que mora próximo aos edifícios abandonados e conta que o filho dela ficou doente por causa dos ratos que vivem no local.

“Há três anos meu filho foi diagnosticado com leptospirose. É complicado conviver nesse abandono, a prefeitura não limpa, a caixa não dá uma solução e a gente fica entregue a esse descaso. Mas a gente paga o IPTU, e está em dia”, ressalta a dona de casa Gleide Moreira.

O mato alto já tomou conta do muro dos residenciais abandonados no bairro de Jardim Fragoso, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
O mato alto já tomou conta do muro dos residenciais abandonados no bairro de Jardim Fragoso, em Olinda (Foto: Reprodução)

De acordo com os moradores, a situação se estende há quase 20 anos, mas nada é feito, nem dito à população. Os prédios, que foram condenados por risco de desabamento, no entanto, permanecem de pé.

“Nós queríamos, na verdade, uma definição da Caixa. Porque se um conjunto habitacional desse está totalmente entregue, não tem benefício para a comunidade de forma alguma, a gente fica aqui a mercê de tudo”, afirma a comerciante Claudete Oliveira Aguiar.

O mesmo sentimento é compartilhado por moradores do bairro vizinho, Jardim Altlântico, também em Olinda. Lá, outro conjunto habitacional está abandonado também há quase 20 anos, de acordo com os moradores: o Parque primavera, na Avenida Regina Lacerda.

No local, nove residenciais estão fechados, divididos em três blocos. Também com risco de desabamento, as janelas e as telhas dos prédios foram arrancados e apenas o esqueleto do residencial está de pé.

A situação fica ainda mais complicada para os moradores das duas ruas ao lado, as Ruas Regina Lacerda e Pedro Álvares Cabral, que precisam lidar com o mato alto, lixo acumulado e lama no local.

Os moradores do entorno contam, ainda, que a situação de insegurança e constantes assaltos na área são comuns por causa da falta de iluminação naquela área.

“Quando eu largo da faculdade, geralmente às 22h, eu peço para o meu avô, meu pai ou o meu irmão, ir me buscar lá na parada, porque é um percurso muito grande e a gente tem que ter pelo menos uma imagem masculina me acompanhando para eu me sentir um pouco mais segura e evitar o assalto e outras abordagens”, relata a universitária Maria Victoria Evaristo.

Lixo, mato alto, esqueletos de carros e água parada são alguns dos problemas encontrados ao lado do Conjunto Parque Primavera, abandonado há quase 20 anos, em Olinda (Foto: Reprodução/TV Globo)
Lixo, mato alto, esqueletos de carros e água parada são alguns dos problemas encontrados ao lado do Conjunto Parque Primavera, abandonado há quase 20 anos, em Olinda (Foto: Reprodução)

A Reportagem entrou em contato com a Caixa Econômica para saber sobre as providências em relação aos prédios, mas não obteve resposta. A Prefeitura de Olinda informou que, por serem áreas privadas, a conservação, vigilância e preservação são de responsabilidade dos proprietários.

Com relação aos problemas na área pública como mato, coleta de lixo e iluminação, a Secretaria de Serviços Públicos de Olinda disse que realizou ações de força-tarefa pra resolver os problemas, tanto em jardim atlântico, quanto em jardim fragoso. Ainda de acordo com a prefeitura, o trabalho de requalificação será reforçado e novas equipes vão ser enviadas, até o fim desta semana, aos endereços mostrados na reportagem.

A Secretaria Executiva de Controle Urbano de Olinda informou que foi feito um mutirão pra recolhimento de carcaças abandonadas de veículos, com a aplicação de multas e que uma nova varredura está programada.

Com relação à insegurança, a Prefeitura de Olinda disse que firmou acordo com a Polícia Militar para reforçar as rondas no entorno dos prédios abandonados.

Edição:Robson Ouro Preto

robsonouropreto

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