Afogados da Ingazeira recebe lançamento do livro “De Peito Aberto”, estreia da escritora e cordelista Carla Montanha Primeira obra da jovem poetisa de Garanhuns será lançada nesta sexta (6), com recital gratuito, performance literária e mediação de poetisas sertanejas.
Primeira obra da jovem poetisa de Garanhuns será lançada nesta sexta (6), com recital gratuito, performance literária e mediação de poetisas sertanejas.

Foto: Divulgação
O lançamento do livro “De Peito Aberto” é um convite ao que há de mais bonito e singelo nas palavras e textos de uma jovem de Garanhuns, Agreste de Pernambuco, que traz no seu primeiro livro sua alma transposta, em versos sobre identidade, regionalismo, empoderamento, e acima de tudo os sentimentos de uma mulher que não se poda.
É assim Carla Montanha e seu “De Peito Aberto”, livro que será lançado nesta sexta, 06 de junho, a partir das 19h no auditório da Secretaria de Educação de Afogados da Ingazeira (PE). A entrada é gratuita e o evento ainda terá uma performance literária livre para todos os públicos e momento para autógrafos. As poetisas sertanejas Elenilda Amaral e Francisca Araújo serão as mediadoras do lançamento.
“Para mim é a realização de um sonho levar meu lançamento para o Pajeú, berço de uma poesia tão potente e diversa. Sem dúvida sou inspirada pela poesia pajeuzeira e me inspiro profundamente em tudo que é produzido por suas poetisas e poetas extraordinários”, afirma.
LIVRO-INTIMIDADE – O livro explora a escrita “pujante de uma poetisa sanguínea de carne e alma”, como bem descreve a também poeta Elenilda Amaral. Ou então explora a “epifania literária, concebido pelo seu punho emocional” como descreve o poeta Zé Adalberto.Toda a produção de Carla Montanha, 27 anos, reunida em “De Peito Aberto”, expõe aquilo que a jovem sentiu e ressignificou ao longo de sua jornada literária, mas também aquilo que embala seu dia a dia, seja através do trabalho na pedagogia ou da produção cultural.
O lançamento do livro e performance são um incentivo da PNAB PE, Secretaria de Cultura de Pernambuco, Ministério da Cultura e Governo Federal, enquanto a impressão do livro foi resultado da LPG Garanhuns. “A inspiração do livro veio também do meu avô, sempre recitando pra mim na infância. Acredito que a vida, desde sua beleza descampada, até o asfalto esburacado, também me inspirou. Minha poesia vem muito do movimento”, reflete Carla. E completa:
“O livro foi criado e escrito em vários momentos, mas principalmente na pandemia, onde me dediquei tanto a escrever que vivi pra escrever, e me salvei por escrever naquele momento atípico”, relata.
Ao longo de suas 164 páginas, Carla abraça a literatura popular e bebe de todas as suas fontes e formatos, apresentando uma produção robusta e bela, com destaque para textos em sextilhas, septilhas, décimas heptassílabas, décimas decassílabas e sonetos: para cada estilo, um capítulo, e em cada capítulo uma especialista explica de maneira criativa o estilo: sextilha, por Veronica Sobral, Septilha, por Francisca Araújo, décima heptassílaba, por Elivanda Alves, décima decassílaba, por Milene Augusto e Soneto, por Izabel Nascimento. O projeto gráfico é de Thiago Corrêa Ramos e ilustrações por Lord Jimmy, com lançamento pela editora VacaTussa; enquanto a orelha fica por conta de Zé Adalberto e prefácio por Elenilda Amaral.
“O prefácio e cada capítulo são abertos por uma mulher do Pajeú, com exceção de Izabel Nascimento, nascida em Aracaju, mas hoje mora em São Paulo. Cada mulher que abriu um capítulo, passou pela minha vida e poesia. E abriram os capítulos, como também abriram portas da minha poesia: Elenilda Amaral, Milene Augusto, Francisca Araújo, Elivanda Alves e Izabel Nascimento, são amigas e referências literárias para mim”, destaca. “E a orelha foi escrita pelo meu pai da poesia, como carinhosamente chamo Zé Adalberto, quem tem um soneto e poesia dedicada ao mesmo no meu livro”, reforça Carla.
“Nessa epifania literária, Carla dá à luz seu primeiro filho. “De Peito Aberto”, concebido pelo seu punho emocional e criativo, lauda a lauda, num quarto de lua cheia, assistida pela natureza de petúnias e acácias“. por Zé Adalberto
O primeiro livro de Carla não significa que é sua primeira produção. Pelo contrário: ela possui mais de dez cordéis publicados, além de ter sido uma das 4 mulheres selecionadas para o segundo Edital de Publicação do Clube do Cordel (2021); ainda foi selecionada para a Antologia internacional “Mulheres Poetas”, pela Editora Mente Aberta (2021) e, em 2022, foi a primeira Garanhuense a participar de mesas de glosa. Já em 2024, foi a única mulher vencedora do prêmio Hermilo Borba Filho de literatura, na categoria Agreste.
“Não há como romantizar a vida de uma mulher que vive de arte. Diversas vezes precisei arrombar portas, já que não me abriam. Tracei o meu caminho a ferro e fogo sem desistir. Hoje, ‘de peito aberto’, continuo escrevendo e recitando os versos que me afunilam”, filosofa a poetisa.
“Sem sombra de dúvidas, um dos momentos mais felizes da minha vida será lançar meu livro e recital em vários lugares, é muito feliz. Posso dizer que aquela menina que um dia sonhou escrever, não só escreveu mas chegou bem mais longe do que pensou. Esse é um momento meu e da minha criança. E só foi possível graças ao incentivo de editais de fomento como PNAB, um edital de fomento estadual que não só incentiva artistas, como permite sonhos se concretizarem. Estou feliz, que outros projetos possam vir”, finaliza.
Acompanhe a artista através das redes sociais: instagram.com/carla.montanha – através da internet, é possível acompanhar a agenda de lançamento e autógrafos do livro, além de adquirir o mesmo direto com a escritora.