Aluguel de Ações: como funciona?

Você sabia que é possível alugar ações e receber uma remuneração extra por isso?
Se ainda não conhece esse tipo de operação, leia até o final, que vou compartilhar todos os detalhes.
Talvez você já tenha ouvido falar na nova cultura do compartilhamento. Através dela, deixamos de consumir alguns bens e passamos a compartilhar o seu uso com outras pessoas.
Com isso, é possível eliminar os custos da propriedade e, mesmo assim, permanecer usufruindo do bem, pagando apenas pelo que for utilizar.
As pessoas alugam diversos equipamentos, carros e outros meios de transporte, casas e até mesmo ações.
Então como funciona o aluguel de ações?
Se fizermos uma analogia com um imóvel, ficará simples de entender.
Imagine que você adquiriu um imóvel que deseja vender por um preço mais elevado que o preço da compra. No entanto, ainda está esperando pela valorização e não quer perder o fluxo de renda que o imóvel pode gerar.
Então você anuncia este imóvel para alugar, certo?
O mesmo ocorre com as ações.
O aluguel permite que você empreste os seus papéis em troca de uma taxa. Você decide quanto quer receber pelo aluguel, desde que um preço “justo” e por qual período o ativo ficará alugado.
Alugar ações é viável para os investidores fundamentalistas, que não pretendem se desfazer do ativo no curto prazo. Já quem toma o empréstimo está buscando lucro em operações de curto prazo, se beneficiando com as oscilações do mercado.
A operação é composta por duas partes: doador, proprietário dos papéis, e tomador, aquele que adquire o empréstimo.
O acordo deve ter uma remuneração, garantia e prazo.
Esta é a lista dos ativos que podem ser alugados:
· Ações;
· Units (ações compostas por ordinárias e preferenciais);
· ETFs (Exchange Traded Funds);
· BDRs (Brazilian Depositary Receipts).
A B3 atua como administradora do serviço e é a contraparte central de todas as operações com o intuito de trazer mais segurança a todos os envolvidos.
Aluguel de Ações na prática
O doador interessado na operação precisa informar a sua corretora o interesse em alugar os papéis, e também a definição da quantidade, remuneração e prazo pretendido.
Já o tomador precisa ter uma garantia prévia exigida pela corretora. Essa garantia pode ser composta por ativos como, títulos do Tesouro, CDBs, LCIs e até mesmo ações.
O intuito dessa garantia é garantir que o tomador tenha capital para cobrir a liquidação na data do vencimento do contrato. Depois do depósito do valor, já é possível alugar as ações.
A partir deste ponto, a corretora é a mediadora e irá ligar as duas partes do acordo.
Quando a operação é efetivada, ocorre a transferência das ações do doador para o tomador até o prazo estipulado.
O doador permanece detentor de todos os direitos das ações, como dividendos, por exemplo. Porém, estará alugando a possibilidade de fazer uma operação de curto prazo com as suas ações.
Vantagens para quem aluga as ações
· Rentabilidade sem se desfazer das ações;
· O doador recebe os juros e dividendos do aluguel da ação;
· Negociação de baixo risco para o doador;
· Não existem custos para o doador;
Risco do Aluguel de Ações
O risco de que o tomador não pague ou devolva as ações é acobertado pela contraparte.
Neste caso, o risco da operação para o doador é baixo, pois ocorre a liquidação financeira da operação.
Custos e IR
Para o doador, não há custos diretos na operação.
Para o tomador, existem as seguintes cobranças:
· Taxa de registro da Bovespa (0,25% ao ano sobre o valor total negociado);
· Custo variável cobrado pela instituição financeira mediadora;
· Taxa de corretagem;
· Emolumentos.
Na liquidação da operação, haverá cobrança do Imposto de Renda (IR). A alíquota repassada para o doador é a mesma da renda fixa e incide sobre os aluguéis recebidos.
Acompanhe a tabela abaixo:
Prazo Alíquota (%)
Até 180 dias 22,5
De 181 a 360 dias 20,0
De 361 a 720 dias 17,5
Acima de 720 dias 15,0
Tabela da alíquota do IR sobre os aluguéis
Fonte: Receita Federal
Espero ter esclarecido as principais dúvidas acerca do aluguel de ações. Se considera esta opção, converse com seu assessor ou consultor de investimentos.
Até a próxima semana.
Forte abraço,
Melissa Belmiro