No último sábado, 12 de outubro, um trágico incidente em Santo Amaro, zona sul de São Paulo, resultou na morte do cachorro Bartho, que foi eletrocutado após tocar em um fio de média tensão rompido durante uma tempestade. O tutor do animal, Rafael Kahane, compartilhou sua experiência angustiante nas redes sociais, revelando que ele e sua esposa, Marina Guedes, saíram para passear com seus cães como de costume, quando Bartho foi vítima da descarga elétrica. “Tivemos que conter o nosso instinto de não colocar as mãos para tentar salvá-lo; tive que segurar firme na mão da minha esposa para que fôssemos fortes e ficássemos ali parados ao lado dele”, relatou Kahane.

Além da dor pela perda do pet, Rafael e Marina enfrentaram a frustração de esperar cerca de 30 horas para que o corpo de Bartho fosse removido da rua. Apesar das mais de 20 ligações feitas à Enel Distribuição, a empresa não respondeu imediatamente. Somente na manhã de domingo, 13, técnicos da companhia conseguiram desligar a energia, permitindo a remoção do corpo do animal.

O cabo de transmissão que causou a morte de Bartho se rompeu durante uma tempestade intensa que atingiu São Paulo na noite de sexta-feira, 11, com ventos de até 107,6 km/h, o mais forte registrado na capital paulista desde 1995, segundo a Defesa Civil. O temporal resultou na morte de pelo menos sete pessoas na Grande São Paulo e no interior do estado.

Rafael Kahane destacou os riscos da situação, refletindo: “Poderia ser uma criança, poderia ser uma pessoa, poderia ser qualquer um. Mas, por levantarmos cedo para passear, fomos os primeiros a enfrentar essa crueldade do destino.” Ele declarou a intenção de processar a Enel, e não está sozinho: a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) também anunciou ações judiciais devido aos danos milionários causados a estabelecimentos afetados pela falta de energia.

Sobre a morte de Bartho, a Enel Distribuição lamentou o ocorrido em nota oficial, afirmando que isolou o risco e enviou uma equipe para realizar os reparos necessários na rede. A empresa também se comprometeu a contatar os tutores de Bartho para oferecer assistência. No entanto, críticas sobre a resposta da Enel persistem, especialmente diante do fato de que cerca de 1,35 milhão de clientes ainda enfrentavam interrupções no serviço.

A crise já se estende por dois dias, com a Enel mobilizando equipes do Ceará e do Rio de Janeiro para mitigar os impactos da situação. A falta de um posicionamento claro da empresa em relação às reclamações da Fhoresp e de outros clientes aumenta a pressão sobre a distribuidora de energia.