O Cinema São Luiz segue a programação reafirmando o papel de ser um espaço de encontros e de reflexão sobre a vida através da arte, reunindo obras diversas do audiovisual que atravessam temas urgentes, afetos íntimos e paisagens da memória. Neste fim de semana, o equipamento cultural promoverá sessões gratuitas e outras com preços acessíveis que englobam desde documentários históricos a experimentações poéticas e ficcionais. O público será convidado a imergir em uma experiência cinematográfica que vai além da tela, com sessões especiais, debates com diretores e lançamentos inéditos. 

Após três semanas em cartaz no Cinema São Luiz, o documentário “O Bem Virá”, com direção de Uilma Queiroz, terá a última exibição no sábado (07/06), às 11h, abrindo a grade do fim de semana com ingressos por R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia-entrada). Em seguida, às 15h, será a vez do drama “Inventário de Memórias Perdidas”, do diretor Gustavo Galvão, com acesso gratuito. O longa ficcional “IMO”, da diretora Bruna Shelb Corrêa, segue para mais uma semana em cartaz no São Luiz, em sessão às 16h com ingressos por R$ 10 e R$ 5. A pré-estreia do filme EROS encerra a programação do sábado, às 18h, com ingressos por R$ 5 para todos, sendo o primeiro longa-metragem de Rachel Daisy Ellis. A diretora estará presente com parte da equipe da obra para um debate com o público após a exibição. 

No domingo (08/06), às 11h, a sessão para criança, que é uma faixa tradicional do Cinema São Luiz, será às 11h com o filme “Teca e Tuti: uma noite na biblioteca”, em apresentação gratuita da Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha. Em seguida, às 14h, será o momento do lançamento do livro “Meu pai morreu três vezes”, de Clara Simas, com sessão especial gratuita e debate após as exibições de “Meteorango Kid”, “Café com leite em pó solúvel” e “Creuzinha não é mais tua”. Às 17h30, será a vez do filme “Nordeste Água e Óleo”, com debate do diretor e equipe em ação da Semana do Meio Ambiente organizada pela Semas-PE, também aberta ao público.  

Noite de pré-estreia do filme EROS – Dirigido por Rachel Daisy Ellis, brasileira-britânica radicada em Recife, o longa EROS marca uma nova etapa na trajetória da cineasta, que já produziu filmes premiados como Boi Neon e Divino Amor pela produtora Desvia. A montagem é assinada por Matheus Farias e o desenho de som por Nicolau Domingues. Misturando documentário, intimismo e autorrepresentação, EROS mergulha nas camadas de desejo, amor e sexualidade a partir de uma perspectiva inusitada: os motéis brasileiros. Frequentadores foram convidados a se filmar durante uma noite e a compartilhar seus registros com a diretora — um gesto de exposição e entrega que sustenta a narrativa do filme. Com abordagem sensível e radical, o longa constrói um mosaico sobre os afetos contemporâneos, revelando experiências íntimas em sua multiplicidade: corpos diversos, relações plurais e formas de amar que resistem ao apagamento. O filme parte da arquitetura do motel para refletir sobre aquilo que se compartilha — ou se esconde — entre quatro paredes.

Lançamento do fotolivro “Meu pai morreu três vezes” de Clara Simas – O fotolivro “Meu pai morreu três vezes”, de Clara Simas, nasce de uma inusitada colaboração póstuma entre a autora e seu pai ausente, Manoel Costa — conhecido como Caveirinha — jornalista, ator e figura marcante do Cinema Marginal na Bahia e do Ciclo de Super-8 em Pernambuco nas décadas de 1960 e 1970. Mesclando documental e ficcional, o livro é uma investigação autobiográfica em que Simas reencena e reimagina a presença e as múltiplas mortes simbólicas de seu pai. Através de uma composição de arquivos, imagens, filmes e documentos, a autora explora os processos do luto, da ausência e da elaboração subjetiva da figura paterna. Caveirinha, que tantas vezes “morreu” nas telas, ressurge aqui em um gesto de reinvenção afetiva e estética, onde pai e filha compartilham a narrativa da ausência. Como parte do lançamento, haverá a exibição de três filmes raros com atuação de Caveirinha: Café com Leite em Pó Solúvel (1973), curta-metragem em super-8 dirigido por ele próprio; Creuzinha não é mais tua (1979), curta de Amin Stepple; e o clássico Meteorango Kid: Herói Intergaláctico (1969), de André Luiz Oliveira. A sessão será seguida por uma roda de conversa com a presença da autora Clara Simas, sob mediação de André Antônio e Luís Moura.

Sessão especial no domingo – “Nordeste Água e Óleo”, documentário de Guga Betanin sobre maior desastre ambiental do país, integra a programação da Semana do Meio Ambiente, organizada pela Secretaria do Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha, com a presença do diretor e da equipe para debate com o público. O filme lança um olhar profundo e sensível sobre as marcas ainda visíveis do derramamento de petróleo cru que atingiu mais de 2 mil km do litoral brasileiro em 2019 — o maior desastre ambiental em extensão da história do país. O documentário percorre o litoral pernambucano cinco anos após o ocorrido, investigando as cicatrizes deixadas tanto no ecossistema quanto na vida de pescadores, marisqueiras, ativistas e cientistas que enfrentaram (e ainda enfrentam) os efeitos do crime ambiental.

Confira a programação completa deste fim de semana no Cinema São Luiz:

Sábado (07 de Junho)

11h – O bem virá (Classificação: 10 anos | Ingressos: R$ 10 / R$ 5)

Direção: Uilma Queiroz

Gênero:

Sinopse: Uma travessia documental sobre treze mulheres que, durante a seca de 1983 no sertão do Pajeú, enfrentaram a miséria e o apagamento histórico feminino. Uma obra que reescreve o lugar da mulher na resistência rural nordestina.

Duração: 80 minutos

15h – Inventário de Imagens Perdidas (Classificação: 14 anos | Entrada gratuita)

Direção: Gustavo Galvão

Gênero: drama

Sinopse: num Brasil distópico, duas mulheres se abrigam na casa de um cineasta do passado. Um drama sobre memória e esquecimento, que também é homenagem ao próprio cinema enquanto espaço de resistência.

Duração: 77 minutos

16h30 – IMO (Classificação: 16 anos | Ingressos: R$ 10 / R$ 5)

Direção: Bruna Schelb Correa

Gênero: Ficção/Experimental

Sinopse: Três mulheres percorrem suas memórias afetivas e traumas em um universo fragmentado e sensorial. Uma proposta experimental que mistura linguagem cinematográfica e performatividade em busca de novas formas de narrar o íntimo.

Duração: 70 min

18h – Eros (Classificação: 18 anos | Ingressos: R$ 5 Meia para todos | Pré-estreia com debate)

Direção: Rachel Daisy Ellis

Gênero: documentário

Sinopse: EROS mergulha no universo dos motéis brasileiros para investigar afetos, desejos e sexualidade. Através de autorregistros, frequentadores compartilham vivências íntimas. Após a sessão, haverá debate com a diretora e equipe.

Duração: 108 minutos

Domingo (08 de Junho)

11h – Teca e Tuti: Uma Noite na Biblioteca (Classificação: Livre | Entrada gratuita)

Direção: Diego M. Doimo, Eduardo Perdido e Tiago MAL

Gênero: animação

Sinopse: animação delicada e educativa sobre o poder da leitura, com trilha de Hélio Ziskind. A sessão conta com apresentação especial da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade.

Duração: 1h 14min

14h – Meu pai morreu três vezes (Sessão especial gratuita com debate e lançamento de livro)

De Clara Simas

Uma homenagem autobiográfica e fabulada à figura do pai ausente, Manoel Costa (Caveirinha), ator do cinema marginal baiano e super-8 pernambucano. A sessão inclui exibição dos filmes Meteorango Kid: Herói Intergaláctico (1969), Café com leite em pó solúvel (1973) e Creuzinha não é mais tua (1979). Após a exibição, debate com a autora sobre o fotolivro homônimo.

17h30 – Nordeste Água e Óleo (Classificação: Livre | Entrada gratuita | Debate pós-sessão)

Direção: Guga Betanin

Gênero: Documentário ambiental

Sinopse: em 2019, o Brasil enfrentou a maior tragédia ambiental em extensão de sua história: um misterioso derramamento de petróleo cru atingiu mais de 2 mil km do litoral. O desastre mobilizou comunidades, ativistas e instituições, mas deixou marcas profundas e ainda visíveis no meio ambiente e na vida das pessoas afetadas. Cinco anos depois, este documentário investiga os impactos dessa catástrofe no litoral pernambucano — revelando não só as consequências ainda presentes, mas também os caminhos e desafios para o futuro das áreas atingidas.

Duração: 1h10min (70 minutos)