Contadores de histórias e historiadores recebem homenagem na Câmara do Recif

 Contadores de histórias e historiadores recebem homenagem na Câmara do Recif

A Câmara Municipal do Recife realizou, na última segunda-feira (11), uma reunião solene de iniciativa do vereador Almir Fernando (PCdoB) para homenagear o Dia Municipal do Contador de História e o Dia Municipal do Historiador. As datas foram inseridas no Calendário Oficial de Eventos da cidade por leis de sua autoria e são comemoradas, respectivamente, nos dias 20 e 22 de março. A vereadora Cida Pedrosa (PCdoB) presidiu a solenidade que reuniu profissionais e boas histórias.

Compuseram a mesa além dos parlamentares, a contadora de história Érica Maria Montenegro, o historiador Matheus Dias Pereira e a empresária da Editora Cortez, Miriam Cortez. A solenidade contou com as apresentações artísticas de Bernardete Maria (Afroberna), Jorge Cajueiro (Tio Jorge) e Nati Melo.

Advogado e historiador, o vereador Almir Fernando salientou que o historiador é uma peça fundamental em todo o tipo de cultura. “Ele retira e preserva os tesouros do passado, interpreta a história e aprofunda o conhecimento do presente. O povo sem história e sem o historiador é um povo sem memória. A ligação com o cotidiano está tornando a história cada vez mais atraente para o grande público atualmente. Não é só com países, guerras e heróis que os historiadores se preocupam. Nos últimos anos, muitos deles começaram a pesquisar a história do vinho, do aborto, das mulheres, do medo, do perdão, dos bairros”, disse.

“Em virtude da importância dos historiadores, decidimos homenageá-los com a criação de uma data comemorativa dedicada a eles no município, tendo o historiador Amaro Soares Quintas como principal homenageado” disse o vereador, autor da lei de número 18.712 de 2020, que institui o Dia Municipal do Historiador no Recife.

A lei de número 17.881 de 2013, que institui o Dia Municipal do Contador de Histórias também é de autoria do parlamentar. “O Dia é comemorado em 20 de março com o objetivo de reunir contadores e promover a prática. A data é dedicada a pessoas que levam arte, fantasia e mistério. Todos nós temos um pouco de contadores de histórias”, pontuou.

Em seguida, a contadora de história Ilana Ventura ocupou a tribuna e comentou ter entrado na profissão por influência da contadora Drica Shinohara. Na ocasião, agradeceu a homenagem e contou o conto chinês “Semente da Verdade”.

Por sua vez, a contadora de histórias Érica Montenegro discursou em forma de cordel escrito por ela mesma. “Estou profundamente emocionada porque olho daqui e só vejo gente que é exemplo para mim. Quero também parabenizar os historiadores. De algum modo, todos nós contamos histórias desde que o mundo é mundo”.

“Desde que o mundo é mundo, desde que o humano é gente, desde que o sol acorda ou na escuridão pungente, as histórias varrem o mundo de forma inteligente. Desde que o céu foi criado, para cada estrela que pisca, há uma história no mundo ligeira, que nem faísca. Haverá sempre quem conte, haverá sempre quem arrisca”, diz parte do cordel recitado.

Já o historiador Matheus Dias Pereira agradeceu a homenagem e ressaltou que Recife é uma cidade patrimônio “que exala a sua história nos monumentos”. “Hoje, estamos aqui para homenagear todos que servem como uma ponte, ligando o passado ao presente, que não permitem que a sociedade se esqueça o que já foi um dia, nunca deixando cair no esquecimento todos os nossos retrocessos e avanços, ideologias e credos, até mesmo os costumes. O historiador tem o dom extraordinário de andar pelas ruas, praças e pontes; cada estrutura, estátua e pedras sussurram em seus ouvidos os fatos que ali acontecem”.

A ligação entre as histórias e os livros foi ressaltada pela empresária Miriam Cortez. Ela fez questão de falar sobre a conexão ocasionada pela solenidade entre editor, historiador e contador de história. “É com grande honra que agradeço a iniciativa do vereador Almir Fernando de instituir o Dia Municipal do Contador de História e do Historiador. Recebi e aceitei esse convite com a convicção de que compartilhar histórias e livros significa, antes de tudo, repartir o aprendizado acumulado e, por isso, estou aqui hoje aprendendo com tantas personalidades e tantos contos dedicados”.

Por fim, a vereadora Cida Pedrosa, que é escritora, teceu comentários sobre a solenidade. “O que vocês fizeram nesta tribuna é tudo aquilo o que o vereador Almir Fernando disse no discurso: a história nos leva para a dor, para a felicidade, para o medo, para tantas possibilidades além do imaginado. Ela é a imaginação além do imaginado. Que coisa linda vocês trouxeram para nós aqui nesta tarde, nesta Casa que, às vezes, é tão dura, tão seca, tão árida”.

Notícias relacionadas

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sair da versão mobile