Cremepe Move Ação Civil Pública Contra Governo de Pernambuco por Descaso no Hospital Barão de Lucena

 Cremepe Move Ação Civil Pública Contra Governo de Pernambuco por Descaso no Hospital Barão de Lucena

Foto: Divulgação

Após a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco e a Gestão do Hospital Barão de Lucena (HBL) se negarem a assinar a celebração do compromisso que possibilitaria a retomada dos serviços eletivos da unidade, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) ajuizou, nesta quinta-feira (9), uma ação civil pública contra o Governo de Pernambuco, para assegurar medidas concretas contra o descaso frente ao grave desabastecimento no complexo.

A ação movida pelo Cremepe apresenta os relatórios de fiscalização do Conselho que registraram, desde dezembro de 2023, uma situação que reflete grave problema de funcionamento e abastecimento de medicamentos e insumos no Hospital e recorre à Justiça, para a adoção de providências efetivas a fim de sanar as irregularidades. No documento, o Cremepe cobra a concessão de uma Medida Liminar que garanta a assistência dos pacientes com medicamentos e insumos; leitos para a emergência e vaga em unidade de terapia intensiva.

Diante do exposto, requer, espera e confia o Autor, que seja deferida a liminar requerida, para imediatamente cumprir obrigação de assistência dos pacientes com medicamentos e insumos, garantia de leitos para emergência bem como vagas em unidades de terapia intensiva, sob pena de multa (…) para o caso do Réu descumprir a ordem judicial, bem como que Vossa Excelência determine o cumprimento da ordem judicial sob pena do responsável ser enquadrado no crime de desobediência e de obstrução da justiça, bem como na conduta de improbidade administrativa”, solicita o Cremepe em juízo.

Entenda o caso


No dia 17 de janeiro de 2024, devido a uma série de graves problemas registrados após fiscalizações, o Cremepe realizou a interdição ética parcial do Hospital Barão de Lucena. A unidade, que integra a rede estadual de saúde, sofre com um grande desabastecimento de medicamentos e insumos básicos. A medida tomada pelo Cremepe já havia sido notificada no último mês de dezembro à direção do complexo, que teve 30 dias para solucionar os problemas encontrados pela autarquia.

Uma vez constatada a continuidade das irregularidades notificadas, a interdição teve como objetivo preservar a dignidade do atendimento à população e a segurança do ato médico. A medida suspendeu o trabalho médico nos internamentos para cirurgias eletivas programáveis, com exceção das oncológicas e isquemias vasculares críticas, devendo todas as demais serem imediatamente comunicadas ao Cremepe, acompanhadas da efetiva justificativa de sua necessidade, visando o direcionamento dos recursos em estoque crítico para os setores de urgência e emergência.

Após a realização da interdição ética, o Cremepe realizou uma série de novas fiscalizações, reuniões com o corpo clínico da unidade, bem como com os gestores do HBL e com a Secretaria Estadual de Saúde e constatou a impossibilidade de suspender a interdição ética.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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