Delegados e policiais civis anunciam suspensão de operações e marcham até Alepe em defesa da paridade

A mobilização busca alertar o Governo de Pernambuco sobre os riscos da perda do direito à paridade para a Polícia Civil e discutir soluções em audiência pública.

 Delegados e policiais civis anunciam suspensão de operações e marcham até Alepe em defesa da paridade A mobilização busca alertar o Governo de Pernambuco sobre os riscos da perda do direito à paridade para a Polícia Civil e discutir soluções em audiência pública.

Foto: Priscila Duarte

Em protesto contra a possível retirada do direito à paridade dos delegados e policiais civis, a categoria anunciou que, a partir do dia 22 de abril, suspenderá todas as Operações de Repressão Qualificada no estado. A medida, segundo as entidades representativas, é uma forma de mobilização para alertar o Governo de Pernambuco sobre os impactos graves que a perda desse direito trará para a segurança pública e para os servidores que dedicaram suas vidas ao serviço policial.

Na manhã desta quarta-feira (9), delegados e policiais civis saíram em manifestação em uma caminhada simbólica pela Rua da Aurora em direção à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), onde participaram de uma audiência pública convocada pela Comissão de Segurança Pública e Defesa Social. O objetivo foi discutir com representantes do Governo do Estado os riscos iminentes de desvalorização da categoria.

Paridade é o direito que garante aos servidores públicos aposentados e pensionistas os mesmos reajustes e benefícios concedidos aos servidores da ativa. No caso da Polícia Civil, significa que, ao se aposentar, o policial e o delegado continuam recebendo reajustes salariais e gratificações nas mesmas condições dos profissionais que continuam na atividade.

O presidente da Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Diogo Victor, reforçou que a paridade é um direito fundamental e não pode ser tratado como algo negociável. “A tentativa de retirada desse direito é uma afronta ao esforço e à dedicação de quem passou a vida servindo à população. Estamos mobilizados e vamos resistir com todas as forças”, afirmou.

A vice-presidente da associação, Claudia Molina, também participou da manifestação e destacou a união da categoria neste momento decisivo. “Estamos aqui não apenas pelos aposentados, mas por toda a estrutura da Polícia Civil, que não pode ser enfraquecida. A retirada da paridade desestimula a base e compromete o futuro da instituição”, disse.

Durante a audiência, os deputados estaduais Joel da Harpa (presidente da Comissão), Antônio Moraes, Delegada Gleide Ângelo e Júnior Matuto anunciaram a criação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa assegurar a paridade da categoria, garantindo a manutenção desse direito histórico.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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