Desocupação recua para 6,1% em novembro, menor taxa desde 2012

Indicador aponta recuperação histórica do mercado de trabalho brasileiro; 510 mil pessoas saíram do desemprego em três meses.

 Desocupação recua para 6,1% em novembro, menor taxa desde 2012 Indicador aponta recuperação histórica do mercado de trabalho brasileiro; 510 mil pessoas saíram do desemprego em três meses.

Em um trimestre, 510 mil pessoas saíram da condição de desemprego – Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil

A taxa de desocupação no trimestre móvel encerrado em novembro de 2024 recuou para 6,1%, a menor da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012. Essa taxa representa 6,8 milhões de pessoas em busca de emprego no país, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Em um trimestre, 510 mil pessoas deixaram o desemprego. Ante o mesmo trimestre de 2023, 1,4 milhão de pessoas saíram da população desocupada. Os dados são da PNAD Contínua mensal, divulgados nesta sexta-feira, 27 de dezembro, pelo IBGE.

O indicador no trimestre encerrado em novembro de 2024 recuou 0,5 ponto percentual (p.p.) frente ao trimestre de junho a agosto de 2024 (6,6%) e caiu 1,4 p.p. ante o mesmo trimestre móvel de 2023 (7,5%). A taxa de desocupação está 8,8 p.p. abaixo do recorde da série histórica da PNAD Contínua (14,9%), que foi atingido no trimestre encerrado em setembro de 2020, enquanto o número de desocupados está 55,6% abaixo do recorde da série (15,3 milhões), registrado no primeiro trimestre de 2021, sendo ambos os períodos ainda durante a pandemia de Covid 19.

O ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais
ADRIANA BERINGUY

Coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE


RECORDE DE OCUPAÇÃO – Foi novamente recorde a proporção de pessoas com 14 anos ou mais de idade que estavam trabalhando (nível de ocupação), chegando a 58,8%. O total de pessoas ocupadas no país chegou a 103,9 milhões. Na série histórica, essa população ocupada havia caído ao menor patamar (82,6 milhões) no trimestre encerrado em agosto de 2020. De lá para cá, houve alta de 25,8%, o equivalente a 21,3 milhões de pessoas a mais no mercado de trabalho.

Com nova alta da ocupação no trimestre, o país tem recordes também entre os empregados no setor privado (53,5 milhões), com altas de 1,3% (mais 661 mil pessoas) no trimestre e de 4,6% (mais 2,4 milhões de pessoas) no ano. O número de empregados com carteira assinada no setor privado também foi recorde: 39,1 milhões. Houve alta de 1,3% (+496 mil) no trimestre e de 3,7% (+1,4 milhão) no ano. Além disso, o número de empregados no setor público (12,8 milhões) apresentou recorde, ficando estável no trimestre e subindo 5,6% (685 mil pessoas) no ano.

Para Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, “o ano de 2024 caminha para o registro de recordes na expansão do mercado de trabalho brasileiro, impulsionado pelo crescimento dos empregados formais e informais”.

INFORMALIDADE – O número de empregados sem carteira assinada não teve variação significativa no trimestre, mantendo-se em 14,4 milhões, enquanto o total de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) cresceu 1,8% no trimestre e ficou estável no ano. Com isso, a taxa de informalidade ficou em 38,7%, o equivalente a 40,3 milhões de trabalhadores informais. Essa taxa está ligeiramente abaixo da registrada no trimestre anterior (38,8%) e foi menor que a do mesmo período de 2023 (39,2%).

GRUPAMENTOS DE ATIVIDADE – Quatro dos dez grupamentos de atividade investigados pela pesquisa puxaram a alta da ocupação frente ao trimestre móvel anterior: Indústria, Construção, Administração pública e Serviços domésticos.

A Indústria cresceu 2,4% (+309 mil), a Construção cresceu 3,6% (+269 mil), o setor de “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” cresceu 1,2% (+215 mil) e os “Serviços domésticos” cresceram 3% (+174 mil). Somadas, essas quatro atividades econômicas ganharam mais 967 mil trabalhadores, no trimestre.

A expansão da ocupação por meio de diversas atividades econômicas vem permitindo que tanto os trabalhadores de ocupações elementares quanto os de serviços profissionais mais avançados sejam demandados, expandindo o nível da ocupação geral da população ativa”, explica Adriana Beringuy.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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