Dia da Cultura Nordestina: Saiba a origem da data e dos ritmos que são patrimônios

Dia da Cultura Nordestina é celebrado neste 2 de agosto para exaltar as manifestações da região
 Dia da Cultura Nordestina: Saiba a origem da data e dos ritmos que são patrimônios

DUPLA COMEMORAÇÃO Data em que se comemora o forró é a do nascimento de Gonzagão – FOTO: REPRODUÇÃO

O Dia da Cultura Nordestina é celebrado neste 2 de agosto, sendo uma homenagem a Luiz Gonzaga, que faleceu nesta mesma data em 1989, após sofrer uma parada cardiorrespiratória. O Rei do Baião marcou história na cultura brasileira ao levar as raízes pernambucanas e do Sertão para todo o País.

Gonzaga é o principal responsável por popularizar a nível nacional o forró, o baião, o xaxado, entre outros derivados da sonoridade nordestina.

Dia da Cultura Nordestina: como surgiu o forró
Durante o século 20, o historiador e antropólogo Câmara Cascudo realizou importantes documentações sobre culturas populares do Nordeste, agregando fenômenos como xote, arrasta-pé e baião. Tudo isso era festejado em festas chamadas de “forró”, que só se tornaria um gênero musical com a sagacidade artística de Luiz Gonzaga.

Foi o pernambucano quem fez formatação do trio nordestino (sanfona, zabumba e triângulo), como também criou vestimentas inspiradas nos cangaceiros. Seu forte marketing pessoal proporcionou uma inserção na mídia nacional, fazendo o forró ser identidade nordestina. Parte dessa história é contada no livro “Fole roncou – Uma história do forró” (Editora Zahar).

As canções de Gonzaga marcaram época e influenciaram diferentes gerações de artistas, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Gal Costa e Fagner, e continuam repercutindo, com regravações de seus clássicos por artistas contemporâneos.

Entre seus grandes sucessos imortalizados no cancioneiro popular brasileiro estão Asa Branca, O Xote das Meninas, Pagode Russo, Vem Morena, Numa Sala de Reboco, Qui Nem Jiló, entre outras. Ao longo de sua carreira, gravou mais de 40 discos.

O forró, por sua vez, nunca foi estanque e, nos últimos 20 anos, se transformou tanto que hoje acarreta controvérsias em torno de políticas culturais, de mercado, estéticas e abre uma discussão sobre o que é ser nordestino na atualidade.

Dia da Cultura Nordestina: Forró, ciranda e repente são patrimônios imateriais do Brasil
O forró tornou-se Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil em dezembro de 2021, após uma extraordinária do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural do Iphan nacional, a quatro dias do Dia do Forró.

A data é celebrada no dia 13 de dezembro, em razão do nascimento de Luiz Gonzaga, considerado o Rei do Baião. A ciranda e o repente foram considerados patrimônios culturais – ambas expressões são difundidas em Pernambuco e nos estados vizinhos.

Para a escolha, a instituição utilizou a argumentação de que o forró é um supergênero por agrupar o baião, o xote, o xaxado, o chamego, o miudinho, a quadrilha e o arrasta-pé, que são outras expressões culturais e musicais.

YTALLO BARRETO/DIVULGAÇÃOREPERTÓRIO Lia vai cantar músicas dos álbuns Ciranda de Ritmos e Ciranda sem Fim – YTALLO BARRETO/DIVULGAÇÃO

A ciranda também é também Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2021. A manifestação cultural envolve dança, música e canto e ocorre em Pernambuco e na Paraíba. As pessoas se reúnem em uma roda e marcam o ritmo determinado por instrumentos de percussão.

Outro Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil é o repente. A manifestação reúne verso, rima e oração – consideradas como os pilares do repente. Os cantadores e cantadoras distribuem-se nas capitais e no interior dos estados do Nordeste e, também, nas regiões para onde houve migrações da população nordestina.

 

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