Dia do Transtorno Bipolar alerta para cuidados com a saúde mental

 Dia do Transtorno Bipolar alerta para cuidados com a saúde mental

Doença é marcada por alterações de humor e atinge 10 milhões de brasileiros

O transtorno bipolar é um distúrbio psíquico que se caracteriza pela alternância entre episódios de depressão e hipomania ou mania, como são chamados os momentos de euforia extrema a que chegam os pacientes.  E para ampliar o debate sobre o tema, surgiu o Dia Mundial do Transtorno Bipolar (30 de março). A data é celebrada no dia do aniversário do pintor Vincent Van Gogh, que foi diagnosticado como provável portador da doença.

 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, os transtornos mentais serão a principal causa de incapacitação no mundo em 2030. De acordo com o Instituto Nacional de Saúde Mental (NIMH, dos EUA), existem dois principais tipos de episódios: eufóricos e depressivos. A fase eufórica aumenta a liberação de substâncias estimulantes, como dopamina e glutamato, que ativam o sistema nervoso, deixando todas as áreas cerebrais muito ligadas. Já na fase depressiva acontece o oposto, “desligando” o sistema nervoso.

 

O Dr. André Ayalla, psiquiatra e tutor da Faculdade Pernambucana de Saúde, esclareceu algumas dúvidas sobre a doença, confira:

 

Como identificar

O Transtorno bipolar – ou Transtornos Afetivo Bipolar – é mais facilmente reconhecido quando o portador da doença está na fase de mania. Nela, a pessoa pode se sentir com uma autoconfiança exagerada, ter pensamentos grandiosos, se expor a situações de risco, uma irritabilidade mais acentuada, entre outros sintomas. Já quando no polo depressivo, o diagnóstico só pode ser dado quando a pessoa já teve alguma apresentação da mania ou hipomania. É preciso investigar bem o passado do paciente e identificar os sinais de gravidade.

 

Causas

Não é possível apontar um fator específico que possa desencadear a doença. O que sabemos, porém, é da forte influência genética. Há estudos mostrando que a chance de gêmeos idênticos desenvolverem a doença chega até 43%. Quando comparamos com parentes de primeiro grau, essa taxa se reduz para perto dos 10%. De toda forma, não é somente a genética que dirá se uma pessoa desenvolverá o transtorno bipolar, fatores como alteração no padrão de sono, estresse, entre outros estímulos ambientais também fazem parte da equação.

 

Importância do apoio familiar

Sem ajuda da família o cuidado ao paciente bipolar fica comprometido. A compreensão da doença por parte dos familiares ajuda no trato com o portador da doença. Entender que determinados comportamentos são motivados pelo transtorno bipolar é de grande importância para trazer benefícios ao paciente.

 

Em caso de uma crise

Nas crises, o objetivo é sempre preservar a outra pessoa. Ouvir o que o outro tem a dizer, respeitar o momento e demonstrar empatia. É possível o aparecimento de uma resistência a essa ajuda, caso isso ocorra, é importante entrar em contato com um profissional de saúde capacitado.

 

Tratamento

O tratamento dependerá de em qual polo a pessoa se encontra. Geralmente utilizamos estabilizadores de humor, como o lítio ou, a depender do caso, podemos associar outros medicamentos para melhor condução. Já sobre a duração, devemos considerar que o transtorno bipolar é uma doença crônica, sem cura. Dessa forma, o ideal é um tratamento contínuo. Também é importante mudar o estilo de vida, diminuir o uso de álcool, bebidas cafeinadas, fazer exercícios físicos.

 

Apoio no Recife

Sim, aqui temos a AMPARE – Associação dos Amigos Pacientes de Pânico em Recife. Apesar de o nome restringir ao pânico, a AMPARE está sempre de portas abertas para os pacientes diagnosticados com Transtorno Bipolar.

robsonouropreto

Related post

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *