Ela faz, ninguém paga – nem vê!

 Ela faz, ninguém paga – nem vê!

Ela passa, lava, arruma, prepara café, almoço e jantar, organiza e leva os filhos ao colégio. Ela também cuida de quem adoece, recebe o encanador para consertar a pia. Anota recados. Ela está sempre cansada, é solitária, trabalha demais, mas só recebe pelo trabalho que realiza fora de casa – quando realiza.

Você já parou para pensar como seriam as condições de muitos lares sem a mão invisível feminina assumindo a gestão das atividades domésticas? Com essa pergunta não estou convidando você a refletir sobre a sua própria realidade nem estabelecer como parâmetro o seu ciclo social. Nem me referindo àquelas que fazem tudo isso por escolha – sim, elas existem e está tudo bem! Mas vamos além. Vamos considerar os estudos publicados, mesmo sabendo que há tantos casos não computados pelas pesquisas.

Você sabia que o trabalho não remunerado, mais frequentemente realizado por elas, representa uma contribuição de pelo menos US$10,8 trilhões por ano à economia mundial? Essa informação, divulgada há três anos pelo relatório Tempo de Cuidar, produzido pela organização internacional Oxfam, traz uma importante confirmação: o desempenho feminino em cuidados domiciliares gera um montante econômico gigantesco, que possibilita suprir as carências em matérias de serviços. Mas por que não dividir nem contabilizar esse trabalho de forma justa?

A “economia do cuidado” tem muito valor, mas é entregue gratuitamente pelas mulheres através de funções que são consideradas “improdutivas” nos padrões dos principais modelos econômicos. Embora não sejam remuneradas, essas atividades produzem remuneração. Quem se encosta no trabalho doméstico sem executar parte das tarefas transforma a ocupação do outro em rendimento próprio. Ou como seria ir ao trabalho sem alimentação, sem descanso, sem roupas limpas, sem vida saudável?

Para pensar um pouco e provocar você.

Fonte: https://www.oxfam.org.br/forum-economico-de-davos/tempo-de-cuidar/

mmscriacoes

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