A bandeira contra a opressão, a anulação de corpos e vivências e o silenciamento das minorias continua hasteada. O Festival Janeiro Sem Censura (JSC), do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, inicia nesta sexta (29/01) a sua terceira edição, pela primeira vez em formato totalmente online. A programação é gratuita e acontece ao longo de dois fins de semana, com mostras de trabalhos em Teatro e em Audiovisual.

Ocorrendo há dois anos em um ato de ocupação de ruas e espaços alternativos, dando visibilidade a obras artísticas que questionam a heteronormatividade branca, bem como a política atual, o JSC encampa, em 2021, a resistência artística através da Internet. De 29 de janeiro a 6 de fevereiro, no YouTube do Agridoce, o público poderá acompanhar cinco trabalhos teatrais, sempre às 19h, seguido por debates entre os realizadores das obras e integrantes do grupo.

Iniciando neste Dia da Visibilidade Trans/Travesti (29), o festival começa com “Café”, obra do grupo D’Improvizzo Gang. Ainda no primeiro fim de semana, serão transmitidos os espetáculos “Cicatriz”, da TR Produções (30/01); e o “Show Opinião de Novo”, do Grupo Opinião (31/01). Nos dias 05 e 06/02, a programação exibe o monólogo “A Receita”, com Naná Sodré, do Grupo O Poste Soluções Luminosas; e a performance “Sopro D’Água”, com Gabriela Holanda, respectivamente.

O festival encerra no dia 07/02, dia dedicado ao cinema. Seis trabalhos entre curtas-metragens e obras audiovisuais serão exibidos também a partir das 19h, entre eles o filme pernambucano “Inabitável”, de Matheus Farias e Enock Carvalho; e a pré-estreia do videoclipe “Lamento de Força Travesti”, de Renna Costa e Gabi Benedita. A curadoria é assinada por Aurora Jamelo e Flávio Moraes, artistas integrantes do Coletivo Agridoce, dando visibilidade a vivências negras e de pessoas LGBTQIA+.

Este ano, pela primeira vez, o JSC aconteceria com apoio público, através da Lei Aldir Blanc. Porém, devido a ruídos de comunicação e erros assumidos pelo próprio edital, mesmo com tentativas de diálogo, o projeto teve o empenho cancelado. O Coletivo Agridoce, então, realiza a iniciativa de forma independente e não remunerada, com apoio de parceiros e da classe artística.

SOBRE O JSC – O Janeiro Sem Censura surgiu em 2019 em um movimento contra a censura sofrida pelo espetáculo “O Evangelho Segundo Jesus a Rainha do Céu”, da atriz Renata Carvalho, quando apresentado em Pernambuco. Assim veio a ideia de criar um festival para abrir espaço para obras artísticas censuradas ou invisibilizadas, dando oportunidade de local de fala para corpos e vivências dissidentes.

Mais que um festival, o JSC representa um grito de artistas em busca de liberdade de expressão e de espaço onde quaisquer corpos possam exercer a licença poética. Desde 2020, a mostra vem sendo organizada e produzida pelo Coletivo de Dança-Teatro Agridoce, fundado por Aurora Jamelo e Sophia William junto com Flávio Moraes, Nilo Pedrosa e Igor Cavalcanti, grupo que mantém vivas a voz, a luta e a arte desse movimento.

SERVIÇO:

Festival Janeiro Sem Censura 2021

Dias 29, 30 e 31 de janeiro e 05, 06 e 07 de fevereiro

A partir das 19h

No YouTube do Coletivo Agridoce: http://bit.ly/agridoceteatro

Mais informações: Instagram @teatroagridoce

PROGRAMAÇÃO:

Mostra Teatral

29/01 – D’Improvizzo Gang, “Café”
30/01 – TR Produções, “Cicatriz”
31/01 – Grupo Opinião, “Show Opinião de Novo”
05/02 – Naná Sodré, “A Receita”
06/02 – Gabriela Holanda, “Sopro d’Água”

Mostra Audiovisual

07/02

Coletiva, “Concreta”

Anuby Messias, “Entre Lençóis”

Manuela Andrade, “Colômbia”

Marcelo Oliveira e William Oliveira, “Ar”

Matheus Farias e Enock Carvalho, “Inabitável”

Renna Costa e Gabi Benedita, Pré-estréia do clipe “Lamento de Força Travesti”

Ariel Nobre, “Preciso Dizer Que Te Amo”

FICHA TÉCNICA:

Curadoria – Aurora Jamelo e Flávio Moraes

Produção – Sophia William e Igor Cavalcanti

Design e Identidade Visual – Aurora Jamelo

Social Media – Nilo Pedrosa

Assessoria de Comunicação – Milton Raulino

Edição de vídeos e montagem – Débora Dantas

Realização – Coletivo de Dança-Teatro Agridoce