Índice de gravidez entre adolescentes no Cabo preocupa autoridades

Segundo o Ministério da Saúde uma em cada quatro crianças que nascem no município é filho de mãe com idade entre 10 e 19 anos
Um dado preocupante tem levado a gestão municipal do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), a promover ações de educação sexual e formas de prevenção para as adolescentes da cidade. Segundo o Ministério da Saúde, de cada quatro crianças que nascem no município, uma é filha de mãe com idade entre 10 e 19 anos.
“Nos preocupamos com a conscientização e empoderamento da adolescente sobre o seu corpo. Com isso, ela vai ter ter o melhor acesso a métodos contraceptivos”, afirmou a coordenadora de Saúde da Criança e do Adolescente do Cabo, Nobélia Duarte. Ela explica que, com as ações conscientizadoras, as meninas conseguem ter mais autonomia sobre sua saúde sexual e reprodutiva.
Dados nacionais do Ministério da Saúde mostram redução no número de gravidezes na adolescência em alguns estados do Sudeste e Sul do país. Já o Nordeste mantém a média de 33% dos partos realizados em adolescentes. Somente em Pernambuco, 10.319 bebês nascidos em 2017 tinham mães com idade entre 10 e 19 anos.
Nobélia destaca a necessidade de discutir o tema abertamente para intervir da melhor forma, já que muitas jovens engravidam ou optam pelo aborto por causa da falta de informação. O Cabo atende diariamente crianças e adolescentes nas Unidades de Saúde da Família (USFs) e leva o assunto nas escolas da rede pública de ensino, como parte do programa Saúde nas Escolas.
“Uma das nossas preocupações é manter o sigilo da consulta pois, na maioria dos casos, a adolescente que procura espontaneamente o atendimento médico para falar sobre uma gravidez indesejada ou sobre a iniciação na vida sexual não possui a aprovação ou conhecimento prévio dos pais”, relata. Outra questão que envolve o assunto é a interrupção dos estudos por causa da gravidez, já que na maioria dos casos essas garotas ainda estão em idade escolar .
op9