Juscelino Filho destaca inclusão digital em acordo de economia digital no G20

Ministro das Comunicações reforça compromisso de "não deixar ninguém para trás" durante assinatura de declaração em Maceió.

 Juscelino Filho destaca inclusão digital em acordo de economia digital no G20 Ministro das Comunicações reforça compromisso de "não deixar ninguém para trás" durante assinatura de declaração em Maceió.

Foto: Kayo Sousa/MCom

Na última sexta-feira (13), representantes dos países e organizações integrantes do G20 assinaram em Maceió (AL) a declaração final do Grupo de Economia Digital do G20, que será enviada para a Cúpula de Líderes da organização, que será realizada no Rio de Janeiro em novembro com os presidentes das nações envolvidas.

Os temas da declaração são inclusão digital, conectividade universal e significativa; governo digital; integridade da informação e confiança no ambiente digital; e inteligência artificial para o desenvolvimento sustentável.

O espírito que nos move é o de ‘não deixar ninguém para trás’. Os consensos aqui obtidos podem beneficiar a comunidade global de forma ampla, uma vez que esses consensos também apoiam os esforços para superarmos as brechas digitais, e atingirmos as metas associadas aos objetivos do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas até 2030”, disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho.

Neste encontro, reuniram-se 37 delegações de países e organismos internacionais. Do lado brasileiro, estiveram presentes os ministérios da Comunicação, da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, da Ciência, Tecnologia e Inovação e da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.

O evento firmou o compromisso do grupo para construir com segurança, resiliência, proteção e confiança uma economia digital que seja viável, inclusiva, aberta, justa, segura e sustentável, que coloque os seres humanos e seu desenvolvimento no centro e possibilite a proteção e promoção dos direitos humanos.

O eixo temático sobre inclusão digital, conectividade universal e significativa, a cargo do Ministério das Comunicações, apresentou, ao final do encontro, um guia de indicadores e métricas para conectividade universal e significativa, desenvolvido em conjunto com a União Internacional de Telecomunicações (ITU). A presidência brasileira também apresentou o artigo “Conectividade Universal e Significativa: uma estrutura para indicadores e métricas” e realizou, também com o apoio da ITU, um seminário sobre a iniciativa de investimento em infraestrutura digital.

Fechar essa lacuna de conectividade exige esforços coordenados e direcionados para atender às necessidades específicas dos desatendidos e desconectados, proporcionando não apenas acesso universal por meio de uma infraestrutura confiável, resiliente e de alto desempenho, mas também um nível de conectividade seguro, sustentável e de alta qualidade que permita aos usuários, incluindo aqueles em situações vulneráveis, ter uma experiência online segura, satisfatória, enriquecedora e produtiva a um custo acessível: em outras palavras, conectividade significativa”, diz trecho do documento.

Sobre governo digital, tema do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, reafirmaram a importância de promover uma transformação digital inclusiva, aberta, acessível, centrada no ser humano, segura e orientada para o desenvolvimento, na qual os serviços digitais governamentais, incluindo aqueles baseados em infraestrutura pública digital, podem desempenhar um papel fundamental na melhoria da capacidade de resposta, eficácia, transparência e confiabilidade do setor público na era digital, enquanto protegem a privacidade, os dados pessoais, os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Uma identidade digital confiável e políticas de autenticação eficazes implementadas em conformidade com os marcos legais aplicáveis sobre segurança, privacidade e proteção de dados pessoais podem ajudar a reduzir barreiras ao acesso a serviços e oportunidades de negócios, promovendo assim transparência, responsabilidade, eficiência dos serviços governamentais e confiança na economia digital”, afirma no texto.

O MGI entregou, ao final da reunião, documento com os princípios gerais sobre a governança da identidade digital, desenvolvido em parceria com a OCDE, e também, sobre o acesso e compartilhamento de dados entre instituições públicas com o setor privado para o interesse público, sendo o documento uma referência para a implementação e aprimoramento de soluções de acesso e compartilhamento de dados.

Ainda sobre governo digital, a presidência brasileira também organizou o workshop virtual “Governo Digital e Inclusão”, colocando em pauta a contribuição da infraestrutura pública digital para uma transformação digital equitativa.

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação ficou responsável pelo tema da inteligência artificial e a declaração diz que ela é segura e confiável, quando aplicada de maneira transparente, ética, responsável e confiável, pode atuar como um catalisador para alcançar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável em suas três dimensões: social, econômica e ambiental.

Em colaboração com a Unesco, o MCTI produziu um documento intitulado “Viabilizando recursos para o desenvolvimento, implementação e uso da Inteligência Artificial para o bem e para todos” para promover os benefícios e mitigar os riscos derivados dessa tecnologia.

O G20 contou ainda com um evento paralelo chamado “aproveitando a inteligência artificial para a equidade social e o desenvolvimento sustentável”. Foi uma oportunidade para membros e países convidados discutirem os desafios decorrentes das disparidades em termos de condições, possibilidades e capacidades, além de explorarem possíveis soluções para abastecer governos e partes interessadas com ferramentas necessárias para responder a esses desafios.

A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República se dedicou ao tema da integridade da informação e o combate à desinformação e ao discurso de ódio. A declaração atesta que as plataformas digitais têm redesenhado o ecossistema digital e as interações online além das fronteiras geográficas, mas alerta sobre a aceleração da produção de fake news com novas tecnologias e a sua rápida propagação.

Por isso, a necessidade da transparência das plataformas digitais e responsabilidade junto com políticas relevantes e normas legais que sejam aplicáveis. A proteção da integridade da informação é vital para manter a confiança no ecossistema de informação e minimizar tendências de polarização” , diz trecho do documento.

Além dos países membros e convidados, a presidência brasileira do Grupo de Economia Digital do G20 contou com a participação, suporte e contribuição de organizações internacionais, como a União Internacional de Telecomunicações (ITU), a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

Ao passar a presidência do Grupo de Economia Digital do G20 à África do Sul, Juscelino Filho demonstrou apoio ao ministro das Comunicações e Tecnologias Digitais do país, Solly Malatsi. “Conte conosco nessa jornada, no que o Brasil puder contribuir como membro da nova ‘troika’ que irá se formar”, finalizou.

A declaração completa está disponível neste link: www.g20.org/pt-br/trilhas/trilha-de-sherpas/economia-digital/g20dewgmaceioministerialdeclaration.pdf/@@download/file

Céu Albuquerque

Engenheira Civil em Segurança do Trabalho, especialista em Orçamentação, Planejamento e Controle na Construção Civil, Jornalista e Fotógrafa.

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