Reconhecida nacionalmente e no exterior como um importante meio de combate a corrupção, a Operação Lava Jato conquistou o respeito e a confiança de um expressivo número de brasileiros. O que parecia estar avançando na luta a favor da ética e transparência, na quinta (14 de março), presenciamos um retrocesso.

Por 6 votos a 5, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu a favor da competência da Justiça Eleitoral para investigar casos de quando envolverem simultaneamente caixa 2 de campanha e outros crimes comuns, como lavagem de dinheiro que são investigados na Operação Lava Jato.

Com o fim do julgamento, os processos contra políticos investigados na Lava Jato e outras investigações que envolvam simultaneamente esses tipos de crimes deverão ser enviados da Justiça Federal, onde tramitam atualmente, para a Justiça Eleitoral, que tem estrutura menos para supervisionar a investigação, que pode terminar em investigações mais leves.

Durante dois dias de julgamento votaram para manter as investigações na esfera federal os ministros Luiz Roberto Barroso, Edson Fachin, Rosa Weber, Luiz Fux e Carmen Lúcia. Votaram pela competência da Justiça Eleitoral os ministros Marco Aurélio, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Celso de Mello e o presidente, Dias Toffoli.

De acordo com os procuradores da força- tarefa do Ministério Público Federal (MPF) que participam das investigações da Lava Jato, o resultado terá efeitos nos processos e investigações em andamento nos desdobramentos da operação, que ocorrem em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. Cerca de 160 condenações poderão ser anuladas a partir de agora, segundo os investigadores. Brasil, onde vamos parar! É isso que queremos para o futuro do nosso país?

Dany Amorim- jornalista, coach e sócia da Espalha Comunicação