Médicos Sem Fronteiras Clamam por Fim à Violência em Gaza

 Médicos Sem Fronteiras Clamam por Fim à Violência em Gaza

Foto: Reprodução/Internet

Em meio a um cenário de horrores em Gaza, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) expressa indignação diante do brutal assassinato em massa de civis e dos intensos ataques que assolam a região, protagonizados tanto pelo grupo Hamas quanto por Israel. A MSF clama pela interrupção imediata da violência e exige a criação de espaços seguros e passagens para permitir que as pessoas acessem com urgência recursos básicos, como alimentos, água e instalações de saúde.

A crise humanitária crônica na Faixa de Gaza se transformou em uma catástrofe de proporções alarmantes, com bombardeios indiscriminados que assolam cada rua e quarteirão, tornando praticamente impossível encontrar refúgio. “Os jatos de combate estão demolindo ruas inteiras, quarteirão por quarteirão. Não há lugar para se esconder, não há tempo para descansar“, relata Matthias Kennes, coordenador-geral de MSF em Gaza.

Cerca de 2,2 milhões de pessoas estão encurraladas na Faixa de Gaza, enfrentando uma punição coletiva na forma de cerco total, bombardeios indiscriminados e a ameaça constante de uma batalha terrestre. O acesso seguro a recursos básicos e suprimentos humanitários, incluindo medicamentos, equipamentos médicos, alimentos, combustível e água, é uma necessidade urgente.

O cerco imposto pelo governo israelense, que inclui a retenção de alimentos, água, combustível e eletricidade, é considerado inaceitável pela MSF. Após 16 anos de bloqueio militar à Faixa de Gaza, as estruturas médicas já estão fragilizadas. A entrada de suprimentos essenciais e de equipe médica deve ser facilitada com urgência.

A situação é ainda mais grave quando se trata de assistência médica. Os hospitais do Ministério da Saúde relatam escassez de anestésicos e analgésicos, e as estruturas médicas, incluindo as apoiadas pela MSF, enfrentam danos em ataques aéreos. A MSF tem lutado para obter passagem segura para apoiar os colegas médicos palestinos que trabalham incansavelmente para tratar os feridos.

É fundamental garantir a proteção das instalações e equipes médicas e evitar que hospitais e ambulâncias se tornem alvos. A situação atual é uma ameaça constante às vidas daqueles que buscam atendimento médico.

Em meio a essa tragédia, a MSF continua a prestar apoio, gerenciando uma clínica da organização, além de apoiar os hospitais Al Awda, Nasser e Indonésio em Gaza. Recentemente, MSF reabriu uma sala de operações em Al-Shifa, para atender pacientes com queimaduras e traumas, enquanto doa suprimentos médicos para o hospital Al Shifa e oferece apoio contínuo aos hospitais.

As autoridades israelenses e palestinas são instadas a estabelecer espaços seguros, permitir a entrada de assistência humanitária e proteger a infraestrutura civil e as instalações de saúde em Gaza. A continuidade da violência só agravará a catástrofe humanitária que já está em curso. O apelo da MSF é urgente: é hora de cessar a campanha de punição coletiva contra Gaza e abrir as portas para a ajuda humanitária tão necessária.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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