Metrô do Recife corre risco de paralisação em julho por falta de recursos, alerta CBTU Ofício da CBTU ao governo federal aponta insuficiência orçamentária no PLOA 2025 que pode suspender operação dos trens urbanos no Recife, João Pessoa, Natal e Maceió até agosto. Metrô do Recife atende 160 mil passageiros diariamente.
Ofício da CBTU ao governo federal aponta insuficiência orçamentária no PLOA 2025 que pode suspender operação dos trens urbanos no Recife, João Pessoa, Natal e Maceió até agosto. Metrô do Recife atende 160 mil passageiros diariamente.

Crise financeira chegou ao limite e a falta de recursos para o custeio do sistema afetaria também os outros três sistemas sobre trilhos da companhia no Nordeste – ALEXANDRE GONDIM/JC IMAGEM
A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) emitiu um ofício alarmante ao Ministério das Cidades, expressando profunda preocupação com a iminente paralisação das operações de trens urbanos nas regiões metropolitanas onde atua – entre elas está o Metrô do Recife, que atende a 160 mil pessoas diariamente no Grande Recife.
O motivo principal é a insuficiência de recursos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025, que, segundo a Companhia, pode levar ao fechamento total dos quatro sistemas ainda operados pela CBTU até o final de agosto de 2025, com o protocolo de paralisação iniciando já em julho de 2025.
A Coluna Mobilidade teve acesso ao documento, assinado pelo diretor-presidente da CBTU, José Marques. O envio foi feito no dia 28 de abril e o prazo estipulado para a sobrevivência da operação estaria chegando ao fim, sem qualquer sinalização do governo federal. Além do Metrô do Recife, a CBTU opera os sistemas de João Pessoa (PB), Natal (RN) e Maceió (AL).
CENÁRIO ORÇAMENTÁRIO CRÍTICO
No documento, o diretor-presidente destaca que nos últimos anos a CBTU tem recebido recursos insuficientes para suas necessidades de custeio operacional e de investimentos. Para quem não sabe, custeio é a despesa básica de operação, sem incluir investimentos e, no caso da CBTU, pagamento de folha de pessoal.
Essas restrições já se traduziram, afirma a Companhia, em prejuízos aos sistemas fixos, materiais rodantes, super e supraestrutura (parte visível de uma estrutura que se encontra acima do nível do solo), via permanente e estações, além da redução do estoque de peças para reposição e sucateamento de equipamentos. A redução, ano a ano, de contratos essenciais também foi citada.