O ex-prefeito de Petrolina e presidente estadual do União Brasil, Miguel Coelho, que passou a campanha eleitoral de 2022 criticando duramente a gestão do PSB e do prefeito do Recife, João Campos, agora busca aproximação com o grupo político que atacava. Em entrevista à Folha de Pernambuco na época, Miguel fez declarações contundentes contra o partido, afirmando que “o mal que o PSB vem causando a Pernambuco vai acabar esse ano” e destacando a insatisfação da população com a gestão socialista.

No entanto, em um movimento recente, Miguel se reuniu com João Campos, sinalizando uma possível reaproximação estratégica. Além disso, ele participou do congresso do PSB em São Lourenço da Mata, onde manteve um discurso oposicionista, chegando a questionar a militância sobre a satisfação com a gestão da governadora Raquel Lyra.

Cotado para disputar o Senado em 2026, Miguel enfrenta desafios internos no União Brasil, partido que preside em Pernambuco. A viabilidade de sua candidatura depende do desfecho da federação entre União Brasil e PP, que, se consolidada, será comandada pelo deputado federal Eduardo da Fonte em Pernambuco. O senador Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, afirmou que as negociações avançam e espera definição até abril. Caso a federação não se concretize, Miguel poderá tentar viabilizar uma candidatura majoritária dentro do próprio União Brasil.

As divergências dentro do União Brasil não estão restritas ao Congresso Nacional, mas também se refletem nos diretórios estaduais, o que pode dificultar ainda mais os planos de Miguel. Seu recente movimento em direção ao PSB pode ser uma tentativa de fortalecer sua posição política e manter abertas outras possibilidades para o futuro.