A Iniciativa Global pela Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima — coalizão que reúne ONU, UNESCO, UNFCCC, o governo do Brasil e outros seis países (Chile, Dinamarca, França, Marrocos, Reino Unido e Suécia) e parceiros da sociedade civil — está lançando um chamado à ação por soluções concretas para enfrentar a desinformação e outras táticas que buscam atrasar e comprometer a ação climática.

O chamado faz parte do Mutirão Global convocado pela Presidência da COP 30 com o objetivo de acelerar e ampliar a implementação de soluções para a crise climática. Com o apoio da Presidência da COP30, o Mutirão pela integridade da informação busca reunir e dar visibilidade global a iniciativas de governos, setor privado, sociedade civil, instituições públicas, instituições acadêmicas e organizações internacionais. As ações selecionadas serão apresentadas na COP30, em novembro. O prazo para envio de propostas é 31 de agosto de 2025.

INEDITISMO – Pela primeira vez, o tema da integridade da informação foi incluído na Agenda de Ação da COP, por iniciativa da Presidência brasileira da COP30, reconhecendo a importância de combater a desinformação sobre a mudança do clima para fortalecer o apoio à ação urgente em um momento em que cientistas alertam que o mundo está ficando sem tempo.

» Organizações interessadas podem acessar o formulário de inscrição até 31 de agosto de 2025

CONFIÁVEL – Como afirmou o presidente Lula na Cúpula de Líderes do G20, realizada no Rio de Janeiro em novembro de 2024: “A ação climática também é profundamente afetada pelo negacionismo e pela desinformação. Os países não podem resolver esse problema sozinhos. Essa iniciativa reunirá esforços globais para garantir o acesso à informação confiável e promover ações concretas rumo à COP30.”

APELO – Lançando a Iniciativa Global na Cúpula de Líderes do G20, em novembro, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, fez um apelo para fortalecer a ação contra “campanhas coordenadas de desinformação que impedem o progresso global no enfrentamento às mudanças do clima, desde a negação explícita até o greenwashing e o assédio à cientistas”.

SUPORTE – A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, ressaltou o papel da iniciativa no apoio aos profissionais que atuam na linha de frente da integridade informacional: “Por meio desta iniciativa, apoiaremos os jornalistas e pesquisadores que investigam questões sobre o clima, muitas vezes sob grande risco pessoal, e combateremos a desinformação relacionada ao clima que se espalha desenfreadamente nas redes sociais.”

DISTORÇÃO – O risco que a desinformação representa para o alcance das metas climáticas foi reconhecido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que afirmou em 2022 que o “enfraquecimento deliberado da ciência” contribui para a “distorção da percepção do consenso científico, incerteza, negligência quanto aos riscos e à urgência, e dissidência”.

VULNERABILIDADE – O primeiro Relatório Global de Riscos da ONU, divulgado este mês, apontou a falta de informação e a desinformação como a principal vulnerabilidade mundial — já em curso e subestimada globalmente — enquanto os riscos ambientais ocupam cinco das dez primeiras posições entre os mais relevantes em todas as regiões.

Os interessados podem responder à chamada submetendo ações já existentes em áreas como:

• Pesquisa sobre desinformação e outras ameaças à integridade da informação sobre a mudança do clima;
• Ferramentas e métodos para promoção da integridade da informação sobre a mudança do clima;
• Estratégias e campanhas de comunicação;
• Apoio ao jornalismo ambiental;
• Proteção de dados e conjuntos de dados científicos relacionados ao clima;
• Transparência na cadeia de fornecimento de publicidade;
• Letramento midiático, informacional e digital voltado para a mudança do clima.

DOAÇÕES – Além do compartilhamento de ações concretas, o Mutirão também convida os interessados a realizarem doações para o Fundo Global para a Integridade da Informação sobre o Clima (gerido pela Unesco no âmbito da Iniciativa Global).

AVALIAÇÃO – As propostas serão avaliadas pelo Comitê Gestor e pelo Grupo de Assessoramento da Iniciativa Global e poderão ser incluídas na Agenda de Ação Climática Global da COP30, que reúne compromissos e soluções práticas para fortalecer a governança climática internacional.

IMPORTÂNCIA – A CEO da COP30, Ana Toni, reconheceu a importância de abordar o tema, bem como a importância de reconhecer e celebrar conquistas climáticas passadas, como o Acordo de Paris. “Se começarmos a duvidar do sistema do qual fazemos parte e abandonarmos o multilateralismo, é exatamente isso que a desinformação e as notícias falsas querem: nos isolar e paralisar as coisas“, disse.

COLABORATIVA – Frederico Assis, enviado especial da COP30 para a Integridade da Informação, ressaltou que o enfrentamento à desinformação sobre a mudança do clima exige uma resposta colaborativa e coordenada em escala global. “Informações falsas ou distorcidas podem minar a credibilidade de todo o processo da COP, desestimular o engajamento da população, alimentar narrativas que legitimam o imobilismo. No fim, o fardo recai sobre as pessoas, comunidades e nações mais vulneráveis, especialmente no Sul Global. É por isso que garantir a integridade da informação sobre a mudança do clima não é mera formalidade técnica, mas um dever ético e político em defesa do nosso futuro comum.”, afirmou Assis.

PARCERIAS – Lançada durante a Cúpula do G20 no Rio de Janeiro, em 2024, a Iniciativa Global já reúne parceiros de diversos países e instituições internacionais como o IPCC, a WMO, a IOM, o IPIE, a CAAD e o Fórum sobre Informação e Democracia e Rede de Conhecimento Global.
 

SERVIÇO

O quê: Chamado para o Mutirão Global pela Integridade da Informação sobre a Mudança do Clima
Quem pode participar: Organizações da sociedade civil, instituições acadêmicas, setor público, setor privado e organismos internacionais
Prazo de inscrição: Até 31 de agosto de 2025
Onde cadastrar propostas: Link
Outras informações:Link 

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República