Na Alepe, há resistências a nomes do PSB para o TCE

O governador Paulo Câmara não tem prazo para indicar o nome que deve ocupar a cadeira que foi de João Campos no Tribunal de Contas do Estado, mas, assim que ele decidir, pode haver convocação de sessão extraordinária, em meio ao recesso, na Assembleia Legislativa, ao longo de julho, para tratar do assunto.
O escolhido do governador deve passar por sabatina na CCJ e, na sequência, há votação em plenário. Indagado sobre a tendência na Casa de Joaquim Nabuco, o presidente da CCJ, deputado Waldemar Borges, em entrevista à Rádio Folha 96,7 FM, ontem, disse que, tradicionalmente, a Casa de Joaquim Nabuco aprova as indicações do governador. Apenas um caso, segundo ele recordou – o do ex-prefeito de Olinda, Germano Coelho – esbarrou na não aprovação de parlamentares.
A despeito dessa tradição, nas coxias da Alepe, anteontem, em rodinhas de conversa, já era possível ouvir sinalizações em relação aos potenciais nomes a serem escolhidos pelo governador. Entre as alternativas na bolsa de apostas, aparecem, entre outros, os socialistas Sileno Guedes e Milton Coelho.
Em uma conversa reservada, um deputado, nos corredores da casa legislativa, observava o seguinte: “Esse povo que não é muito dado a atender telefonema vá tirando o cavalinho da chuva, que não passa na Assembleia“. Sileno é o atual presidente do PSB em Pernambuco e Milton já presidiu a sigla, ambos são alvos de críticas antigas por não serem afeitos a atender telefonemas e serem de difícil acesso.
A relação do Palácio das Princesas com a bancada governista passou por um aprimoramento nos últimos dias, após tensionamento, que colocara os próprios deputados da base em linha de enfrentamento com o governo. Apesar desse saldo positivo, essas sinalizações da Casa de Joaquim Nabuco devem pesar na avaliação que o governador fará ao indicar um conselheiro para o TCE, de forma a evitar risco de novo dissabor.
Renata Bezerra – FolhaPE