Na Expo Pontal, Miguel Coelho diz ser “inconcebível” corte de água para agricultores do sequeiro

 Na Expo Pontal, Miguel Coelho diz ser “inconcebível” corte de água para agricultores do sequeiro

Feira expôs 80 produtos cultivados no perímetro perenizado. Prefeito afirmou que procurará solução junto a Codevasf.

 

Uma sobra de água que abastece 12 povoados, tem o curso de 35 km e beneficia 450 famílias. Essa descrição é do Riacho do Pontal, que foi tema nesta quarta-feira (1) da primeira ‘Expo Pontal’ realizada em Lajedo, na zona rural de Petrolina (PE). Agricultores aproveitaram a presença do prefeito Miguel Coelho para pleitearem ajuda: até agosto, essa água deve ser cortada pela 3ª Superintendência Regional da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

 

O evento expôs 80 tipos de frutas e derivados produzidos inteiramente na região. Ao todo, são 290 hectares cultivados manga, uva, goiaba, acerola, melão, entre outros. Segundo o presidente do Conselho de Usuários da Água do Sistema Perenizado (ConsuPontal), Averlangem Corcino, a ideia da Expo Pontal foi evidenciar a produtividade daquela área e os prejuízos econômicos que a ação do órgão federal traria para os pequenos agricultores.

 

“Com a expectativa do Projeto Pontal [oficialmente Deputado Osvaldo Coelho] começar a operar em agosto, a Codevasf vem assumindo que vai cortar a vazão da água para essas 12 comunidades, alegando inclusive que, no programa inicial, não constava essas sobras. O problema é que se isso realmente acontecer, os agricultores dessa região vão perder tudo”, alertou.

 

Situados originalmente na área de sequeiro, os povoados como Lajedo, Amargosa, Jatobá, Cumprida e Poço do Canto tiveram há 10 anos um salto de produtividade agrícola com a instalação do perímetro perenizado. Uma realidade que o prefeito Miguel Coelho disse estar atento. Ele classificou de “inconcebível” a medida da Codevasf.

 

“O volume de m3 das sobras é irrisório se comparado ao que é liberado hoje para todo o Projeto Pontal, que ainda não está funcionando. Lá a água está chegando, mas ainda não há produção; aqui está sendo produzido e estão querendo tirar a água. Isso é um contrassenso. Então nós vamos trabalhar junto a Aurivalter [Cordeiro – superintendente da 3ª SR] e junto a todo o corpo técnico para revermos isso”, garantiu o gestor.

 

Organizadores da exposição, o ConsuPontal e o Sindicato dos Agricultores Familiares (Sintraf) também levaram à Lajedo um professor agrônomo da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), Eliezer Saturbano, e um advogado previdenciário, Edvaldo Pereira, para falarem sobre ‘irrigação eficiente’ e ‘aposentadoria rural’, respectivamente.

 

Além deles, estiveram também no evento o deputado estadual, Antônio Coelho (DEM), a deputada Dulcicleide Amorim (PT), o ex-prefeito de Petrolina e atual presidente do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Odacy Amorim, o superintendente do Banco do Brasil, Eliezio Ferreira, vereadores (da base e oposição) e lideranças comunitárias. A superintendência da Codevasf não participou nem enviou representante para a Expo Pontal.

 

Nascido e criado na roça, o senhor Emanuel Clemício, de 47 anos, lembra como era a realidade de Lajedo antes da instalação do perímetro perenizado. “A gente dependia da chuva. Se chovesse, nós conseguíamos plantar, se não, ficávamos sofrendo, vivendo de uma diária ou outra”, disse. O agricultor espera que a presença das autoridades no evento – onde também expôs suas frutas (goiaba e pinha) – se converta em inciativas. “Com o prefeito e tantas pessoas importantes aqui, a gente espera que a água não seja cortada”, finaliza.

 

Jacó Viana

robsonouropreto

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