Não tem crise na criatividade brasileira

 Não tem crise na criatividade brasileira

Marcelo Apovian

Marcelo Apovian

 

Há cerca de sete anos, o Brasil enfrenta uma severa crise política e econômica. O país começa a reagir, mas ainda vamos demorar para retomar um crescimento econômico expressivo. Se fosse um paciente, poderíamos dizer que o Brasil saiu da UTI, mas ainda inspira cuidados.

 

E o mercado de trabalho, obviamente, sofre os impactos dessa realidade. Atualmente, cerca de 13 milhões de brasileiros, ou seja, aproximadamente, 12% da população está desempregada, de acordo com o IBGE. Se considerarmos que a vida profissional dura, em média, 30 anos, os trabalhadores passaram 1/3 desse período atravessando a crise.

 

Levantamento da consultoria IDados, com base nos números do IBGE, avaliou que um em cada dez empregados com nível superior completo – que investiu mais de 20 anos de estudo – recebe um salário mínimo por mês.

 

Essa adversidade tem desencadeado uma importante mudança no comportamento das pessoas e maneira como elas se sustentam financeiramente. De acordo com Portal do Empreendedor do Governo Federal, nos nove primeiros meses do ano o Brasil ganhou 1,3 milhão de novos microempreendedores.

 

Para citar um exemplo, os meios de transporte sempre foram um grande problema para as cidades. Por isso, aplicativos de mobilidade como Uber fazem tanto sucesso e são uma alternativa para quem não tem um trabalho formal. Outro exemplo são os patinetes de aluguel que há cerca de dois anos invadiram as ruas. Yellow e Grin, aunciaram uma fusão de US$ 150 milhões e criaram a Grow que conta com 2000 pessoas entre empregados e empreendedores.

 

O Brasil nunca ganhou um Prêmio Nobel, não lidera os rankings de patente, não tem um ecossistema de Venture Capital como os Estados Unidos, China, Índia e Israel, mas o brasileiro é inovador e desbravador. Não por acaso o Facebook e o Instagram têm brasileiros entre seus fundadores.

 

Mesmo com todas as limitações, o Brasil dá uma aula de empreendedorismo, criatividade e resiliência. Isso não tem crise que mude.

 

Marcelo Apovian é sócio da Signium, empresa global de C-level hunting e de estratégias de recursos humanos

 

robsonouropreto

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