Nota sobre possível interferência política na escolha do Delegado Geral da Polícia Civil e Comandante da Polícia Militar

 Nota sobre possível interferência política na escolha do Delegado Geral da Polícia Civil e Comandante da Polícia Militar

Foto: Divulgação

O pronunciamento do deputado federal Coronel Meira gerou preocupações e questionamentos sobre a possível interferência política na escolha do Delegado Geral da Polícia Civil e do Comandante da Polícia Militar em Pernambuco. Em sua declaração, o parlamentar afirmou ter solicitado à Governadora Raquel Lyra a exoneração dos atuais comandantes, alegando a necessidade de líderes com um perfil mais operacional.

Em relação à Polícia Civil, destacou-se a importância de tratá-la como uma instituição judiciária e investigativa, livre de ingerências políticas, e com autonomia administrativa e financeira. Por outro lado, a Polícia Militar foi caracterizada como uma força que, por sua natureza, pode ser direcionada para ações de governo, a critério do governante.

Desde o final de 2006, a Secretaria de Defesa Social tem sido gerida por profissionais técnicos, como o atual secretário, Dr. Alessandro Carvalho, um delegado da Polícia Federal reconhecido por sua competência. As declarações do deputado federal, entretanto, foram contestadas pela Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (ADEPPE), que ressaltou a desconexão das informações com a realidade, enfatizando que tanto o Coronel Torres quanto o Delegado Renato Rocha já se desvincularam há muito tempo da atividade operacional.

As especulações sobre possíveis motivações para o pedido de exoneração ganharam força ao se levantar a hipótese de uma relação entre as declarações do deputado e desentendimentos recentes entre um delegado, responsável por investigações sensíveis, e a conduta do comando da PM. A ADEPPE expressou preocupação com a interferência na segurança pública, temendo que a mudança possa ultrapassar o poder de decisão do secretário de Defesa Social.

A nota destaca ainda eventos passados, como o cancelamento de uma coletiva de imprensa sobre a operação DRACCO, que apurava desvios praticados por vereadores em Caruaru. Por coincidência, os alvos eram do mesmo partido da governadora, levantando questionamentos sobre a independência das investigações.

Aguarda-se o posicionamento oficial do secretário Alessandro Carvalho sobre as declarações do deputado federal, enquanto a sociedade pernambucana observa atentamente os desdobramentos desse cenário que envolve a segurança pública no estado.

Céu Albuquerque

Engenheira Civil em Segurança do Trabalho, especialista em Orçamentação, Planejamento e Controle na Construção Civil, Jornalista e Fotógrafa.

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