No final de setembro foi anunciado ao mercado o split das ações da empresa Raia Drogasil, uma das maiores farmacêuticas do Brasil, com capital aberto na bolsa. Empresa que divulgou um crescimento de 240 lojas por ano nos últimos 3 anos, e está presente em 23 estados do país.  

 Os acionistas e o mercado receberam a notícia recente do split, que também foi percebido pelos investidores da bolsa americana, com as ações da Apple e da Tesla. 

 Mas você sabe o que é split? E o que muda para os acionistas e futuros acionistas da empresa? 

 Para começar, o split também é conhecido como desdobramento de ações. Ou seja, um desmembramento das ações com o intuito de torná-las mais acessíveis ao mercado. 

 De forma prática, quando uma empresa se valoriza na bolsa, o preço de suas ações sobe. Essa elevação nos preços impacta diretamente a acessibilidade do lote padrão (mínimo de 100 ações), afastando os investidores (pessoa física) que julgam o preço de entrada como caro ou acima do que poderiam alocar. 

 Por esse motivo, algumas empresas definem o split como a divisão do preço da ação por um múltiplo escolhido.  

 No caso da Raia Drogasil, o preço das ações foi dividido por 5, tornando o preço da ação 5 vezes mais barato. Na prática, a ação que custava R$ 120,00 passa a ser negociada em proporção 5:1, por cerca de R$ 24,00. 

 Mas então você deve estar se perguntando quais os impactos para quem já era acionista da Raia Drogasil. Existe alguma perda associada ao Split? 

 O desdobramento, diferente da emissão de novas ações ao mercado, não implica na diluição da participação acionária dos acionistas, mesmo os minoritários. No momento em que a empresa faz o split das ações, o preço unitário é reduzido, mas o valor total de mercado permanece inalterado. 

 Ou seja, se você possuía 10 ações da Raia Drogasil, a um preço médio de R$ 120,00, você agora possui 50 ações a um preço médio de R$ 24,00, com os mesmos R$ 1.200,00 aplicados. 

 Além da maior acessibilidade e liquidez para as ações, o desdobramento de ações também pode ocasionar uma valorização de curto prazo para a companhia, em razão do maior volume de negociações. 

 De acordo com o vice presidente da Raia Drogasil, Eugênio De Zagottis, o foco da empresa sempre foi o investidor institucional e estrangeiro. A participação acionista dos investidores pessoa física no Brasil era de apenas 2% do volume total de acionistas da Companhia.  

No entanto, com as mudanças no atual cenário, começando com a queda na taxa de juros, aliada ao volume de dinheiro saindo da renda fixa para ações, o cenário é promissor para novos investidores individuais. Por isso, com o intuito de atrair mais investidores pessoa física, a empresa levou à votação o desdobramento, que já foi aplicado no final de setembro. 

 Se você se pergunta se há alguma desvantagem no split de ações, podemos apontar a entrada de novos investidores pessoa física e o possível aumento da volatilidade na cotação como aspectos a serem acompanhados pelo investidos. 

 
 Grande abraço, 

Melissa Belmiro