Com informações do Clarín e CN5

Um brasileiro foi detido, em frente à casa da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, após atentar contra a vida da chefe de estado.

De acordo com a mídia local, o homem foi identificado como um brasileiro residente na Argentina, de 35 anos de idade, chamado Fernando Sabag Montiel. Acredita-se que ele viva naquele país há mais de uma década.

Em declarações ao canal C5N, o ministro da Segurança, Aníbal Fernández , indicou que a pessoa foi presa e a arma já está nas mãos da polícia.

“Agora a situação tem que ser analisada pelo nosso pessoal da Científica para avaliar os traços e a capacidade e disposição que essa pessoa tinha”, disse.

O homem estaria armado e infiltrado entre apoiadores da vice-presidente, tendo apontado o revólver na direção do rosto dela, mas a arma falhou no momento em que ele apertou o gatilho.

De acordo com fontes locais, o homem, que seria um entregador, havia insultado Cristina Kirchner em meio aos seus apoiadores, o que já teria gerado uma confusão no local.

Após as 20h50 de ontem, Cristina retornou à sua residência após presidir a sessão no Senado. Na ocasião, ele se aproximou dos militantes para agradecer o apoio após as ações judiciais desencadeadas pelo promotor Diego Luciani, que pediu 12 anos de prisão da vice-presidente no âmbito do caso Vialidad.

De acordo com uma militante que apoia Kirchner, “os apoiadores estavam fazendo um cordão. Então, no meio de uma agitação, uma pessoa pegou um livro e alguém percebeu que outra pessoa aparentemente tinha uma arma. Por sorte, a pessoa que viu teve o reflexo de jogá-la nele”, explicou no canal Minuto Um.

O presidente Alberto Fernández se reuniu com os ministros de seu Gabinete na Residência Presidencial de Olivos após o atentado contra a vice-presidente Cristina Kirchner.

INSTABILIDADE

Milhares de pessoas vêm se manifestando em praças e avenidas públicas da Argentina em apoio à vice-presidente Cristina Kirchner, que enfrenta um julgamento por corrupção e um pedido da promotoria de 12 anos de prisão e inabilitação política.

Cristina Kirchner, 69 anos, foi acusada com outras 12 pessoas pelos crimes de associação ilícita e administração fraudulenta agravada em um caso de corrupção na licitação de obras públicas quando ela era presidente (2007-2015).

A prefeitura de Buenos Aires, controlada pelo opositor de direita Horacio Larreta, ordenou a instalação de uma cerca para impedir que os manifestantes chegassem à esquina da residência de Cristina, epicentro de vigílias e manifestações, na semana passada.

Ainda assim, a polícia reprimiu os atos com jatos de água e gás lacrimogêneo, mas os manifestantes prosseguiram e chegaram à porta da residência durante a noite para acompanhar um discurso de Cristina Kirchner na semana passada.

Desta vez, a cena de uma multidão em frente à casa da vice-presidente Cristina Kirchner se repetiu e, apesar da reunião de apoiadores, gerou essa tentativa de agressão.

Kirchner vinha atribuindo a situação ao “ódio” contra o peronismo e pediu à oposição “que pare de competir entre si para ver quem odeia mais e quem bate mais nos peronistas”.

Toda essa crise política emerge em meio a outra crise, econômica, que vem sendo enfrentada pela população argentina.