Pais denunciam médicos da Unimed Recife após morte de menina de 4 anos Caso de Bruna Brito, falecida em dezembro de 2024, está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Cremepe após supostas irregularidades no atendimento médico.
Caso de Bruna Brito, falecida em dezembro de 2024, está sendo investigado pela Polícia Civil e pelo Cremepe após supostas irregularidades no atendimento médico.

Pais da Criança – Foto: Reprodução/Rede Social
Os pais de Bruna Brito, uma menina de 4 anos, denunciaram médicos da Unimed Recife após a morte da filha, ocorrida em 13 de dezembro de 2024. O caso foi exposto na última terça-feira (14) por meio de um vídeo nas redes sociais, pelo vereador de Timbaúba, Josinaldo Júnior, e pela empresária Gabriela Brito, que questionam a conduta médica e acreditam que a criança tenha sido derrubada enquanto estava entubada.
De acordo com a denúncia, Bruna deu entrada na unidade de saúde com sintomas de resfriado e suspeita de amigdalite. A médica responsável inicialmente recomendou a aplicação de uma injeção de Benzetacil, mas os pais, após resistência, acabaram aceitando o tratamento. No entanto, mesmo após a aplicação, a criança não apresentou melhora significativa, o que levou os pais a retornarem à unidade no dia seguinte.
A mãe de Bruna relatou que, no terceiro dia de acompanhamento, a médica teria dito que a Benzetacil não era um “remédio para dor de cabeça”, e que não resolveria o problema rapidamente. “Ela não gostou que a gente estava divergindo da opinião dela”, afirmou Gabriela, mencionando a postura da médica, que, segundo ela, demonstrava soberba ao não aceitar críticas ou questionamentos.
Após o novo retorno à unidade, a médica orientou que Bruna fosse levada para uma UPA. No entanto, os pais optaram por buscar atendimento na Urgência de Otorrinolaringologia da Unimed, já que a criança estava sem se alimentar e bastante debilitada. Lá, Bruna foi submetida a uma tomografia com sedação, mas a mãe estranhou a quantidade de sedativo administrado. Ela relatou que uma enfermeira teria dito que com aquela dose, Bruna estaria “em Nárnia há muito tempo”, e destacou que o exame durou mais de 4 horas, muito além do tempo normal de 20 minutos.
Gabriela também afirmou que, durante esse período, tentava acompanhar a situação de Bruna pela porta da sala de exame. “Em cada momento que aquela porta se abria um pouquinho, a gente tentava ver pela brecha o que estava acontecendo. E a gente via, em muitos momentos, ela ajudando Bruna a respirar com aquela bomba”, disse.
Após o longo tempo de espera, Bruna foi transferida para a Emergência Pediátrica de ambulância. Lá, os profissionais ficaram surpresos ao ver que a criança estava extubada. Ela foi reentubada e levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Durante a transferência, uma enfermeira teria gritado e chamado uma médica, e foi possível ouvir um vazamento de oxigênio.
A mãe de Bruna acredita que a criança tenha sido derrubada, pois notou uma enfermeira com sangue no fardamento. Momentos depois, uma médica informou que Bruna havia falecido devido a uma hemorragia pulmonar, causa que a mãe questionou. Diante disso, o corpo da criança foi encaminhado ao IML, e a Polícia Civil foi acionada para investigar o caso.
A Polícia Civil de Pernambuco instaurou um inquérito para apurar os fatos, e a investigação está sob a coordenação da Delegacia de Polícia de Crimes contra Criança e Adolescente (DECCA/DPCA). O caso também foi denunciado ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), que confirmou o recebimento da denúncia e informou que as sindicâncias estão sob sigilo processual, a fim de não prejudicar a apuração.
O laudo do IML ainda não foi repassado aos pais de Bruna, e a família foi informada de que foram solicitados exames por empresas terceirizadas, o que pode atrasar a divulgação dos resultados.