Pernambuco avança na elaboração de mapa hidrogeológico com apoio do SGB e instituições estaduais

Projeto visa detalhar aquíferos e interações hídricas para fortalecer o planejamento e a gestão dos recursos em meio ao maior déficit hídrico do Brasil.

 Pernambuco avança na elaboração de mapa hidrogeológico com apoio do SGB e instituições estaduais Projeto visa detalhar aquíferos e interações hídricas para fortalecer o planejamento e a gestão dos recursos em meio ao maior déficit hídrico do Brasil.

Foto: Divulgação/SGB

No último dia 11 de abril, representantes do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e de outras entidades pernambucanas reuniram-se para tratar do Projeto “Mapa Hidrogeológico do Estado de Pernambuco”. A reunião, ocorrida no auditório da Superintendência Regional do Recife (SUREG-RE), contou com a presença de representantes da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), da Companhia Pernambucana de Águas e Saneamento (Compesa) e da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco (SRHS-PE).

A abertura da reunião foi feita pela superintendente regional da unidade, Hortencia Barboza, que após as boas-vindas falou brevemente sobre o histórico do SGB na elaboração de mapas hidrogeológicos em diversas unidades da federação. A superintendente destacou que, ao todo, 15 mapas hidrogeológicos estaduais já foram elaborados pelo SGB e há a perspectiva de continuidade desse trabalho em outros estados, dentre eles Pernambuco.

Após a abertura, o pesquisador João Alberto Diniz fez uma apresentação sobre o trabalho a ser desenvolvido durante o projeto do Mapa Hidrogeológico de Pernambuco. Destacou a importância das instituições estaduais para a realização deste trabalho, deixando claro que se projeta a elaboração de um mapa hidrogeológico mais detalhado em comparação ao que já foi feito em outros estados. Enfatizou, ainda, que se pretende uma avaliação mais específica e detalhada em todo o ciclo hidrológico, considerando as possíveis interações entre as águas subterrâneas e de superfície. Em seguida, elencou os objetivos e justificativas para a elaboração do produto, ressaltando a importância de realizar estudos hidrológicos integrados, principalmente considerando a situação de Pernambuco, que atualmente apresenta o maior déficit hídrico do Brasil.

Em sua apresentação, João Alberto Diniz explanou um pouco sobre a metodologia dos trabalhos, que é a mesma que vem sendo utilizada pelo SGB desde 2014, utilizando as bases planimétrica, hidrológica, geológica, cadastro de poços e geral (piezometria, química, solos, etc). Explicou que o mapa a ser desenvolvido será de planejamento e desenvolvimento, com a apresentação de informações relacionadas principalmente à produtividade dos aquíferos. Além da elaboração do layout do mapa para impressão, também será produzido um texto explicativo contemplando tópicos como características fisiográficas, geologia (incluindo dados sobre levantamentos geofísicos), hidrogeologia e hidroquímica, unidades de planejamento hídrico, gestão e uso das águas e proposta de monitoramento. Por fim, João Diniz mencionou a importância do mapeamento de depósitos aluvionares em áreas do embasamento cristalino, tendo em vista que os mesmos podem ser aproveitados para viabilizar abastecimentos localizados em áreas sem infraestrutura hídrica.

Suzana Montenegro, diretora-presidente da Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), agradeceu o convite de parceria e parabenizou a iniciativa, colocando toda a estrutura e recursos da Agência à disposição do SGB para elaboração do Mapa Hidrogeológico de Pernambuco. Suzana destacou o histórico da atuação da APAC na regulamentação e ressaltou que um produto como esse, que poderá inclusive ser feito em parceria com outras instituições e Universidades, deverá contribuir significativamente para a melhoria do conhecimento, auxiliando a Agência no gerenciamento e outorga dos recursos hídricos do estado.

A Diretora de Regulação e Monitoramento da APAC, Crystianne Rosal, ressaltou a existência na instituição de um banco de dados de outorgas de águas subterrâneas, contendo diversas informações importantes que poderão ser aproveitadas para o processo de elaboração do mapa hidrogeológico. Lembrou ainda que a Agência dispõe de materiais sobre a Climatologia no estado de Pernambuco, que poderão ser disponibilizados para os trabalhos. E alertou para a importância de que, ao término do projeto, se tenha um produto que possa ser permanentemente atualizável, tanto no SIG quanto por outro meio adequado.

O encontro prosseguiu com a discussão de assuntos técnicos, como o que foi trazido pelo hidrogeólogo José de Assis Ferreira, da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento de Pernambuco (SRHS-PE), que destacou que os depósitos aluvionares mencionados na apresentação de João Diniz representam uma boa alternativa para abastecimento de regiões do interior do estado. Destacou também a importância da ampliação do conhecimento para o aquífero cristalino dada a dificuldade do acesso da água em sua área de ocorrência.

A reunião terminou com os agradecimentos do diretor regional Agreste e Matas da Compesa, Daniel Genuíno, e da chefe de gabinete da SRHS-PE, Débora Mendes, que destacaram a importância do produto a ser elaborado e de seu valor como ferramenta de apoio à tomada de decisões estratégicas, e comprometeram-se, em nome de suas respectivas instituições, a cooperar no desenvolvimento deste trabalho em conjunto.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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