Pernambuco dos tempos dos Coronéis

Até os anos de 1980 os Coronéis da política de Pernambuco mandavam prender e mandavam soltar, mandavam tomar às armas e mandavam devolver, com essa prática dava a entender que estavam fazendo favores à população. O pior de tudo é que os chefes da política local ficavam com o crédito, uma vez que o cidadão que foi preso ou que perdeu sua arma recorria a ele e é lógico que os Coronéis da política não deixariam esses pobres coitados desassistidos.
Aí vem Miguel Arraes em 1986 e pede ajuda aos pernambucanos para acabar com o Coronelismo, com a pregação de que a “esperança estava de volta” e que era preciso vencer o medo, Arraes atraiu pra si o apoio de homens e mulheres que não concordavam com essa prática da política. Venceu Miguel Arraes e o estado de Pernambuco dizia não ao Coronelismo, pernambucanos experimentavam a partir dali um novo modelo na política.
Vencido o Coronelismo, Pernambuco precisava ampliar a política de “menos estado e mais cidadão”, a partir de 1999 com Jarbas Vasconcelos a segurança pública no sertão foi redesenhada. Foram anos difíceis ainda sob o manto da velha política, com muito oportunismo e confronto entre famílias, todavia mais uma vez a esperança venceu o medo e o Coronelismo mais uma vez ficou para trás e o estado comemorava os bons resultados.
Eduardo Campos, neto do ex-governador Miguel Arraes, assumiu o comando do estado em 2007 e foi logo condenando a prática da velha política. Ou seja, Coronelismo nunca mais. E de fato Pernambuco viveu nos tempos de Eduardo Campos um novo tempo na área de segurança pública, foi criado o Programa Pacto Pela Vida e os resultados começavam a aparecer. Ninguém mais ouviu falar que aliados do governo mandavam nas policias.
Veio os tempos de Paulo Câmara (2015-2019) com ele a velha política e consequentemente os tempos do Coronelismo, onde a vontade de um ou de uma meia dúzia de pessoas sobressai à vontade da sociedade. O sertão não quer retroceder no tempo, até mesmo porque os sertanejos foram às maiores vítimas da velha política dos tempos do perverso modelo do Coronelismo. As policias precisam continuar independentes, prestando serviços apenas a sociedade.
Cabrobó vive um momento impar na área de segurança pública, o resultado é consequência do esforço de quem atua no formato contrário das velhas práticas. Práticas essas que foram condenadas nos governos de Miguel Arraes, Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos, que seria inaceitável o retorno desse tipo de modelo da segurança pública. As policias Civil e Militar, precisam de menos interferência da política, para poder ofertar aos pernambucanos mais segurança.