Policiais Civis e Delegados de PE se Mobilizam Contra Ameaça à Paridade Categoria teme retirada de direito histórico e convoca audiência pública na Alepe.
Categoria teme retirada de direito histórico e convoca audiência pública na Alepe.

Foto: Divulgação
Uma possível retirada do direito à paridade dos servidores da Polícia Civil de Pernambuco será tema de uma audiência pública marcada para esta quarta-feira (9), às 11h, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O encontro foi solicitado pela ADEPPE (Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco), pelo SINPOL-PE (Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco) e por outras entidades classistas, por meio da Comissão de Segurança Pública e Defesa Social da Alepe.
A mobilização ganhou força após a circulação de um documento em redes sociais e grupos de WhatsApp da categoria, que indicaria uma possível alteração na política de paridade — direito que garante aos servidores aposentados os mesmos reajustes salariais concedidos aos ativos. A repercussão gerou apreensão em toda a base da Polícia Civil, que vê na iniciativa uma ameaça direta a conquistas históricas da carreira.
O objetivo da audiência é buscar esclarecimentos oficiais junto à FUNAPE (Fundação de Aposentadorias e Pensões dos Servidores do Estado de Pernambuco), à Secretaria de Administração (SAD) e a demais representantes do Governo do Estado sobre o futuro da paridade.
Para o presidente da ADEPPE, Diogo Victor, o momento exige firmeza, união e vigilância constante por parte da categoria. “Não podemos aceitar retrocessos. A paridade é uma garantia constitucional e um pilar da valorização da carreira. Qualquer tentativa de fragilizá-la deve ser enfrentada com toda a força institucional e política que construímos ao longo dos anos”, afirmou.
Na última semana, Diogo Victor e o presidente do SINPOL-PE, Áureo Cisneiros, reuniram-se com o deputado Joel da Harpa, presidente da Comissão de Segurança Pública da Alepe, para articular ações urgentes. Outras entidades como UNEPPE, APEMEPE, APOC e SINPOCRIM também estiveram presentes, consolidando um bloco de defesa dos direitos dos servidores da Polícia Civil.
“Nós, delegados e policiais civis, estamos diante de um teste de resistência institucional. A retirada da paridade não é apenas uma questão financeira: é simbólica. É o Estado dizendo que a dedicação de uma vida inteira à segurança pública pode ser descartada com uma canetada. E isso nós não vamos aceitar”, acrescentou Diogo.
Nesta segunda-feira (7), a ADEPPE promoveu reuniões com seccionais da DIM e gestores da DIRESP, além de encontros virtuais com representantes da DINTER 2, para mobilizar lideranças e alinhar estratégias de mobilização em todo o estado.
A audiência pública é vista como ponto importante da resistência. Os organizadores convocam toda a base da Polícia Civil a comparecer, com concentração marcada para as 9h na sede da ADEPPE. “Não é hora de silêncio. É hora de mostrar força. Esperamos que a Alepe escute não só os números e os argumentos técnicos, mas principalmente a voz de quem sustenta a segurança do povo pernambucano todos os dias”, finalizou Diogo.