Por que a rinite alérgica ataca mais durante o inverno?

O otorrinolaringologista Cleydson Oliveira, médico do Instituto Rezende de Oliveira, tirou todas as dúvidas sobre esta doença
Com a chegada do Inverno, é comum que algumas doenças comecem a se manifestar. Dentre elas, a rinite alérgica, que está entre as principais razões da procura por atendimento nas clínicas e hospitais nesta época que, além de ser a mais fria do ano, é também a mais seca, pois a umidade relativa do ar pode ficar abaixo de 30%, menos que os 50% considerados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o mínimo ideal para a saúde humana. Para tirar todas as dúvidas sobre esta doença, conversamos com o otorrinolaringologista Cleydson Oliveira, médico do Instituto Rezende de Oliveira.
A rinite alérgica é definida como a inflamação da mucosa de revestimento nasal, após exposição a alérgenos, principalmente aqueles inalados. Contudo, podem surgir também com a exposição aos irritantes inespecíficos. Os principais fatores associados ao desenvolvimento dos sintomas da rinite alérgica são os Alérgenos (fungos, ácaros, pólens, pêlos animais, baratas, látex) e os Irritantes e poluentes ambientais (fumaça de cigarro, odores fortes, ozônio, enxofre). “Os principais sintomas são obstrução nasal, coriza, espirros, coceira no nariz, nos olhos e no palato e hiposmia”, apontou o especialista. Apesar dos sintomas parecidos com os da gripe, as duas doenças não devem ser confundidas. “O que diferencia a rinite da gripe é o agente etiológico, a duração e a mudança ou não dos sintomas nasais”, esclareceu o médico Cleydson Oliveira. É importante ressaltar que a rinite alérgica não é uma infecção, e sim um processo inflamatório de hipersensibilidade da mucosa que reveste o nariz. “A rinite alérgica não é contagiosa, não causa febre, não compromete o estado geral do paciente e tem duração variável, depende muito da intensidade e frequência de exposição aos alérgenos” explicou o otorrino.
TRATAMENTO – Segundo o médico Cleydson Oliveira, otorrinolaringologista, o diagnóstico precoce e acompanhamento médico são fundamentais para o tratamento, uma vez que o paciente pode ser tratado de forma preventiva para evitar as crises decorrentes da rinite alérgica. “O tratamento envolve a Higiene Ambiental, o uso de solução salina nasal, medidas farmacológicas como o uso de antialérgicos, de descongestionantes e de corticóides, e até a imunoterapia específica com alérgenos para os casos refratários”, explicou o doutor.
PREVENÇÃO – Apesar de não ser possível curar a rinite alérgica, algumas atitudes podem amenizar os sintomas e reduzir as crises desta doença que aparece mais fortemente no inverno. “O mais importante é a higiene ambiental. Tentar manter o quarto de dormir bem ventilado e ensolarado. Dar preferência aos colchões e travesseiros de espuma e utilizar capas impermeáveis aos ácaros. Evitar tapetes, carpetes, cortinas, almofadas, bichos de pelúcia, estantes de livros e revistas no quarto de dormir. Abolir o uso de vassouras, espanadores e aspiradores de pó comuns. Passar pano úmido diariamente na casa ou usar aspiradores de pó com filtros especiais. Evitar produtos de limpeza com odor forte e inseticidas. Evitar o tabagismo direto ou indireto em casa ou no carro. Evitar o banho quente. Por último, reavaliar a criação de animais de pelo e pena nos casos mais persistentes e graves “, orientou.
O especialista também ressaltou que a rinite alérgica é bastante comum e tem caráter hereditário. “A prevalência da rinite alérgica no Brasil é em torno de 30% da população. Se um casal de alérgicos tiver um filho, a chance de a criança ser alérgica é de até 90%. Se apenas um dos pais apresente alergia, a chance chega a 40%. No entanto, se nenhum dos pais tiver alergia, o filho ainda pode ter manifestações da doença”, concluiu.