Rumores sugerem a compra da editora DC Comics pela Marvel Comics. É possível? | Editorial Nerd

 Rumores sugerem a compra da editora DC Comics pela Marvel Comics. É possível? | Editorial Nerd

Marvel vs DC – Reprodução

A eterna disputa entre as duas gigantes editoras de quadrinhos norte americanas, Marvel Comics e DC Comics acaba de ganhar um capítulo inusitado, com os recentes rumores de que a Marvel poderia comprar a DC, que ganharam força, depois do anúncio da saída do Editor Chefe, Dan DiDio, após 10 anos de atuação no cargo e 18 anos na empresa. Responsável pelas novas encarnações dos personagens, com Novos 52 (2011) e Renascimento (2016-2017).

A especulação teve início com o vídeo veiculado no canal YouTube, Lords of The Long Box que chamou a atenção do site de notícias We Got This Covered. Tal rumor já foi refutado por várias fontes, inclusive pelo atual Editor Chefe da DC, Jim Lee. Mas a pulga permanece atrás da orelha. Será? Isso é possível? Como tudo fica? Principalmente, com as recentes movimentações no mundo do entretenimento de falências, aquisições e fusões que surpreenderam o mercado. Além disso, a compra da 20th Century Fox pela Walt Disney Company também havia começado com rumores refutados e uma descrença geral, depois transformado em realidade.

Entretanto, a eventual aquisição da DC pela Marvel não seria uma operação simples, nem rápida. Seria o resultado de uma negociação entre conglomerados de dimensões cósmicas. A Marvel Comics hoje é parte da Walt Disney Company que, nos últimos anos vem sacudindo o universo de Hollywood, agindo como Galactus e devorando mundos, para fazer frente a uma ameaça maior, na visão deles, a Netflix. Em 2006, adquiriu a Pixar Animation Studios. Em 2009, foi a vez da Marvel Entertainment, Inc e, por tabela, a Marvel Studios. Em 2012, devorou a Lucasfilm, provocando um distúrbio na Força, ao assumir o controle das sagas Star Wars e Indiana Jones. Em 2017, a Disney comprou a Fox, por um “trocado” de 52,4 bilhões de dólares. Certamente, a Disney ficaria muito feliz em poder anunciar a aquisição da eterna rival da Marvel, a DC Comics. Não falta vontade do estúdio em expandir seu universo e também não falta munição em dólares para cobrir qualquer oferta.

Do outro lado do ringue, a DC Comics é subsidiária do grupo WarnerMedia, por sua vez, adquirida em 2018, pela empresa AT&T, por “apenas” 85 bilhões de dólares. O interesse da primeira empresa de telecomunicações do mundo, criada pelo inventor do telefone, Alexander Graham Bell, em 1875, ao comprar a Warner, foi também fazer frente ao crescimento assustador da Netflix (Sempre ela) e vai precisar de toda munição de artilharia para decolar seu mais novo serviço de streaming, a HBO Max. Para a AT&T, eles precisam de toda a ajuda para manter a força da WarnerMedia. Abrir mão da DC Comics nesse contexto, seria perder os super poderes do universo da DC, nos quadrinhos, nas animações, nas séries de TV, nos games e nas produções de cinema. Assim, fica difícil imaginar a Marvel Comics devorar a DC Comics.

Filhote da ‘Era de Ouro dos Quadrinhos’, a DC Comics surgiu a partir de várias pequenas editoras, na década de 30, do século passado. Cada editora diferente, trazia seu elenco de personagens. A National Allied Publications lançou as revistas Action Comics, a número 1, de abril de 1938, lançou aquele que é considerado o primeiro de todos os super heróis, o Superman. A revista Detective Comics, em seu número 27, de abril de 1939, lançou o icônico Batman, o maior detetive dos quadrinhos. Da sigla dessa revista, nasceu o nome da futura grande editora, DC Comics. Da Fawcett Comics, veio o personagem Capitão Marvel, alterado para Shazam. Da All-American Publications, surgiram Flash, Mulher Maravilha e Lanterna Verde, entre outros. Da Quality Comics, vieram o Homem Borracha, o Falcão Negro, etc. Da Charlton Comics, vieram Besouro Azul, Capitão Átomo, etc. e a EC Comics, criadora da revista satírica Mad.

Responsável por inaugurar a Era de Prata dos Quadrinhos, a Marvel Comics, surgiu a partir da pequena editora Timely Comics, contra a então gigante DC Comics. Dos anos 30, aos anos 50, formou uma primeira geração de personagens icônicos como o Capitão América, Namor e o Tocha Humana, com razoável sucesso. Entretanto, ganhou força nos anos 60, quando a dupla Stan Lee e Jack Kirby estabeleceram as bases do Universo Marvel com múltiplos personagens como Quarteto Fantástico, Homem Aranha, Hulk, X-Men, Vingadores e um mundo de etc, com a contribuição de vários artistas como Steve Ditko e Bill Everett. A Marvel chegou de mansinho, mas logo conquistou seu espaço como grande editora, superando a eterna rival, DC Comics, também conhecida como Distinta Concorrente.

A eterna rivalidade entre Marvel e DC ganharam novos contornos em animações e séries de TV, além dos filmes no cinema. O sucesso da série de TV, Batman (1966-1968) e dos filmes Superman (1978) e Batman (1989), deixaram a DC Comics no topo das adaptações de quadrinhos, em Hollywood. Enquanto Stan Lee fazia sua peregrinação para convencer os produtores a realizar adaptações da Marvel que também poderia fazer grande sucesso, mas suas tentativas eram vistas com descrença. Foi uma fase de altos e baixos. Com o sucesso das séries Incrível Hulk (1977-1982) e Homem Aranha (1977) e os lamentáveis filmes Howard, o Super Pato (1986), O Justiceiro (1989), Capitão América (1990) e Quarteto Fantástico (1994). Como resultado da peregrinação, os direitos dos personagens da Marvel ficaram espalhados por vários estúdios de Hollywood, o que causou alguns problemas para a Marvel, resolvidos com o tempo e com a criação da Marvel Studios. O resto é história. Por fim, a Marvel foi adquirida pela Walt Disney Company.

Mas será que isso sairá do papel, como já debatido aqui? Esperamos que NÃO! Afinal, precisamos de mentes diferentes, pensando também de maneira diferente as produções mais amadas do meio nerd. Há nicho para as ambas empresas, sempre teve. E se houvesse uma convergência, fatalmente, uma iria absorver a outra, evitando assim o delicioso duelo entre Vingadores: Ultimato da Marvel e Coringa da DC. O que corrobora com a máxima utilizada pelo mercado econômico: ‘A concorrência faz bem ao consumidor final‘.  

sirinerd

Related post

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *