Sócio da 123 Milhas se Desculpa e Aponta Desafios de Mercado na CPI das Pirâmides Financeiras

 Sócio da 123 Milhas se Desculpa e Aponta Desafios de Mercado na CPI das Pirâmides Financeiras

Ramiro Júlio Soares Madureira, sócio da 123 Milhas — Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Ramiro Júlio Soares Madureira, envolvido no caso da 123 Milhas, presta depoimento na CPI e lamenta os prejuízos causados, atribuindo-os ao comportamento inesperado do mercado.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Pirâmides Financeiras avançou em suas investigações nesta quarta-feira (6), ouvindo o sócio e administrador da 123 Milhas, Ramiro Júlio Soares Madureira. Em um depoimento sincero, o empresário pediu desculpas pelos prejuízos causados e destacou que o mercado agiu de maneira inesperada, inviabilizando a linha promocional da empresa.

No dia 18 de agosto, a 123 Milhas anunciou a suspensão do fornecimento de pacotes e a emissão de passagens de sua linha promocional com embarques previstos de setembro a dezembro de 2023, resultando na entrada da empresa em recuperação judicial dias depois.

Desafios do Mercado: Madureira explicou, “Acreditávamos que o custo do promo diminuiria com o tempo, à medida que ganhávamos eficiência na tecnologia de sua operação e o mercado de aviação fosse se recuperando dos efeitos da pandemia. Uma tendência [que] projetamos à época e que se revelou precisamente o oposto.” Ele acrescentou, “Ao contrário do que prevíamos, o mercado tem se comportado permanentemente como se estivesse em alta temporada e isso abalou os fundamentos, não só do promo, como de toda 123 milhas.”

Recuperação Judicial e Clientes Afetados: Quanto aos clientes da linha promocional com embarque em outras datas e os consumidores de outros segmentos, o sócio da empresa assegurou que, por enquanto, a recuperação judicial abrange apenas a linha promocional, correspondendo a 15% do negócio. “Esses clientes da linha promocional serão atendidos dentro do nosso plano de recuperação judicial para ver a melhor maneira de solucionar […] Será decidido na recuperação judicial junto com a participação de todos os órgãos públicos para chegar. Os outros 85% dos produtos da 123, de pessoas que compraram, eles continuam viajando sem nenhum problema, esses não serão afetados a princípio”, afirmou Madureira.

Negando a Pirâmide Financeira: Ramiro Júlio Soares Madureira também enfatizou que o modelo de negócios da 123 Milhas não é uma pirâmide financeira. “Importante dizer que nós não somos uma pirâmide, somos uma agência de viagem online que vende pacotes, passagens, hotéis e que nos últimos anos embarcou mais de 18 milhões de passageiros,” esclareceu.

Compromisso com Soluções: Com a decisão da recuperação judicial, as ações e execuções contra as devedoras da empresa estão suspensas pelo prazo de 180 dias. Madureira aproveitou a ocasião para pedir desculpas àqueles que sofreram prejuízos devido à situação. “Não há como deixar de nos desculpar novamente com todos aqueles que foram prejudicados por um modelo de negócio ou uma linha de negócio que se mostrou equivocada, o que estamos a fazer agora e com toda nossa dedicação e empenho a nosso alcance é buscar soluções,” declarou.

Esta não é a primeira vez que os sócios da 123 Milhas são chamados à CPI. Na semana passada, a empresa foi criticada por não comparecer à reunião.

Além do depoimento de Ramiro, a CPI também programou para os próximos dias o depoimento de Augusto Júlio Soares Madureira, outro sócio-administrador da 123 Milhas, e de outras oito pessoas envolvidas no caso.

Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados

Céu Albuquerque

Engenheira Civil em Segurança do Trabalho, especialista em Orçamentação, Planejamento e Controle na Construção Civil, Jornalista e Fotógrafa.

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