O prefeito de São Bento do Una, Alexandre Batité, e a secretária de Saúde, Dalma Noely, estão sendo investigados por desviar mais de R$ 265 mil em recursos destinados à saúde do município. Esses valores foram usados ​​para custear festas, apresentações artísticas, multas de trânsito e até picolés.

Recentemente, a Auditoria Especializada em Saúde do Tribunal de Contas da União (TCU) confirmou o desvio, apontando que pelo menos R$ 265 mil foram usados ​​para despesas não relacionadas à saúde, como festas, contratação de artistas, multas de veículos e picolés.

O parecer técnico do TCU surgiu no âmbito do Processo TC 021.751/2024-2, iniciado a partir de uma representação do vereador Sidcley do Hospital (PP). O processo está sob relatoria do ministro Benjamin Zymler, que em breve agilizará uma decisão sobre o caso.

Caso o Tribunal de Contas da União confirme o desvio, o prefeito e a secretária poderão ser multados e obrigados a devolver o valor desviado de seus próprios bolsos.

Montantes

Foram desviados R$ 111.950,00 dos cofres da saúde municipal para despesas como festas, apresentações artísticas, fogos de artifício, picolés, ornamentações e buffets. Além disso, mais de R$ 35 mil foram usados ​​para pagar contribuições e pensões, o que é expressamente proibido pela legislação federal que regula o uso de recursos do SUS.

O desvio incluiu ainda o pagamento de mais de 30 multas e infrações veiculares com dinheiro que deveriam ser destinados à saúde. O Fundo Municipal de Saúde de São Bento do Una também foi utilizado para cobrir despesas cartoriais. O TCU ainda investigou se os veículos cujas multas foram pagas pertencem ou não à prefeitura.

Problemas no Atendimento Médico

Enquanto isso, diversos relatos de má qualidade no atendimento médico no Hospital Municipal Dr. José Antônio de Siqueira Neto, em São Bento do Una-PE, circulam nas redes sociais.

Recentemente, uma criança de menos de três anos faleceu, comprovada por negligência médica. Em várias idas ao hospital, a criança sempre recebia o diagnóstico de “gripe”. Após a família conseguir levá-la para uma clínica específica, foi descoberto que uma criança sofria de pneumonia em estágio avançado. O pediatra da clínica particular recomendou a transferência urgente para Caruaru, mas, infelizmente, a criança não resistiu.

Outro caso envolve uma gestante que perdeu o bebê, concluída devido a negligência médica. Mesmo avisando após sua gravidez ser de risco, a equipe do hospital adiou a realização de uma cesariana por semanas.

Além disso, uma outra criança recém-nascida também foi vítima de aparente negligência médica no hospital municipal. O atendimento inicial, realizado pelos médicos plantonistas, não foi suficiente, e a criança só foi salva por um pediatra particular que atendia de urgência no próprio hospital.