Terreiro Ilê Axé Talabí é declarado Patrimônio Histórico e Cultural de Origem Africana e Afro-indígena Brasileira de Paulista

Foto: Divulgação / Ilé Axé Talabí
Um dia histórico para as Comunidades Tradicionais de Matriz Africana e Afro-indígena do Paulista, no Grande Recife. Foi aprovado nesta última quinta-feira (30.09), por unanimidade na câmara municipal, o Projeto de Lei Nº. 167/2021 apresentado pela vereadora Flávia Hellen (PT), que declarou o Terreiro Nagô Ilé Àṣẹ Ọ̀rìṣànlá Tàlàbí como Patrimônio Histórico e Cultural de Origem Africana e Afro-indígena Brasileira do Município de Paulista.
O reconhecimento é fruto de mais de trinta anos de preservação e salvaguarda dos valores civilizatórios dos Povos de Matriz Africana e Afro-indígena da cidade, tão importantes na construção da identidade étnica e cultural do território de Paratibe e adjacências. Uma conquista que nos enche de orgulho, força e alegria.
A comunidade chega em 1938 na cidade de Paulista, mas devido ao forte preconceito e perseguição, o terreiro só veio abrir suas portas para todo o público em 1991, há 30 anos atrás. O Ilé Àse Òrìsànlá Tàlábí (Casa de Força do Grande Orixá que Nasce do Alá) é dedicado à preservação do Culto aos Orixás Nagô e do Culto a Jurema Sagrada. A comunidade foi fundada por Maria da Solidade Sousa França – TàlábíDeiyin (Mãe Dada de Oxalá) e seu esposo Aguinaldo Barbosa de França – Obá Dodê (Painho de Xangô), e desde sua fundação está localizada na rua Orobó nº257 em Paratibe na cidade de Paulista.
Atualmente neste espaço/território afro-brasileiro estão preservados diversos elementos culturais, expressões artísticas e festividades. Comidas, danças, roupas, músicas, toques, folhas e a própria língua Yorubá, são alguns destes elementos mantidos e utilizados na religiosidade do Terreiro para o fortalecimento do axé, para a promoção da vida, do bem estar e da saúde física e espiritual de todos os membros da comunidade. Juntos, estes elementos compõem um corpo de bens e saberes, e sua manutenção é de grande relevância na perspectiva da valorização da identidade étnica das futuras gerações.