The Lost Canvas: O Melhor da franquia Saint Seiya? | Artigo

Saint Seiya: The Lost Canvas/TOEI – Reprodução
Criado pelo mestre Masami Kuramada, o universo de Saint Seiya, traz a aventura quase que mitológica de cinco jovens órfãos com os destinos entrelaçados, que através da força da amizade e sob a proteção da deusa Atena, combatem os males do século.

Conhecido por nós brasileiros, como Os Cavaleiros do Zodíaco, o anime fez um tremendo sucesso entre as décadas de 80 e 00 por aqui. Quem nunca sonhou, quando criança, em rasgar os céus, mover grandes rochas com golpes provenientes de sua constelação guardiã. É claro que a franquia Saint Seiya não foi o primeiro anime em solo tupiniquim, mas certamente foi o que popularizou o gênero no mercado local. Se hoje você ama, Boku no Hero, Kimetsu no Yaiba, Nanatsu no Taizai e outros animes do momento, agradeça aos tiozões que amavam Os Cavaleiros do Zodíaco.
Entretanto, desde aquele período, a franquia não mais decolou apesar das múltiplas tentativas. Tivemos outras sagas, mas nenhuma chamou a atenção do público exigente e apaixonado da franquia Saint Seiya. A Netflix tentou, o próprio Kurumada tentou, escritores e estúdios tentaram, mas ninguém alcançou os fãs do anime. Exceto, Shiori Teshirogi, autor de Saint Seiya: The Lost Canvas.

Alicerçado no cânone, a saga viaja até o passado, e conta os desdobramentos da última batalha divina entre Atena e Hades pelo destino da humanidade. Mas, o que torna The Lost Canvas (A Tela/O quadro perdido) o melhor da franquia, mesmo sem a presença de Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki? Algo simples! O cuidado com os fundamentos, com os princípios basilares do desenho, sem a tipificação no protagonismo distorcido e exacerbado.
Todas as propostas de Os Cavaleiros do Zodíaco estão lá. Desde figuras semelhantes como, o Cavaleiro de Pégaso Tenma, a deusa Atena Sasha, além da presença de personagens apresentados na franquia principal, como o Mestre Ancião – Dohko de Libra – e o ex-Mestre do Santuário, assassinado por Saga de Gêmeos, Shion de Áries –. O diferencial do anime é a pulverização consciente do protagonismo na trama. Isso mesmo! Os Cavaleiros de Ouro, de Prata e Bronze ganham um significado na luta, na morte, em cada nova batalha, que noutras histórias não foi tão bem explorado assim. Como um simples exemplo desse esmero de Teshirogi, está o sacrifício de Asmita de Virgem – que construiu com seu cosmo, o rosário sagrado – capaz de aprisionar as almas dos Cavaleiros/Espectros de Hades, quando mortos.

Toda a história é belíssima, inteligente, profunda até, com arcos bem construídos até dos inimigos, desde a presença dos juízes do Inferno, quando apresentados, aos deuses gêmeos da Morte e Sono – Thanatos e Hypnos. Com ápice, é claro, na relação, no triângulo afetivo entre Hades, Atena e o Cavaleiro de Pégaso. Entretanto, o nosso anime não ganhou contornos finais. Com atuais 26 incríveis episódios, a terceira e última parte não chegou às telinhas.

Lançado exclusivamente digitalmente, o que culminou em problemas técnicos, entenda financeiro, The Lost Canvas não produziu a grana necessária para ter continuidade. Como toda produção cinematográfica, existe um cálculo financeiro que indica o sucesso, ou não para uma franquia. E infelizmente, apesar de toda qualidade literária, a saga não emplacou bem a venda de colecionáveis, de ‘bonecos’. Portanto, o futuro para The Lost Canvas é incerto. Não sabemos se veremos o final para aquela história, apontada por muitos críticos do segmento, fãs do anime, e por aqui também, como o melhor de Os Cavaleiros do Zodíaco.

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The Lost Canvas pode ser acompanhado através da Netflix.