Trump fala em “grande chance” de acordo entre Irã e Israel antes da Cúpula do G7

Embarcando para o G7 no Canadá, presidente dos EUA surpreende ao sugerir possível entendimento entre Irã e Israel, mas afirma que “às vezes os países precisam lutar entre si”; Lula confirma presença e terá encontro com Zelenski.

 Trump fala em “grande chance” de acordo entre Irã e Israel antes da Cúpula do G7 Embarcando para o G7 no Canadá, presidente dos EUA surpreende ao sugerir possível entendimento entre Irã e Israel, mas afirma que “às vezes os países precisam lutar entre si”; Lula confirma presença e terá encontro com Zelenski.

Donald Trump falou com a imprensa antes de entrar no helicóptero para seguir para a cúpula do G7, no Canadá – Manuel Balce Ceneta/AP

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou a repórteres na Casa Branca que há “grande chance” de um acordo entre Irã e Israel, algo que ele inclusive diz esperar. Por outro lado, disse também que “às vezes eles os países precisam lutar entre si”.

Espero que tenha um acordo entre Irã e Israel. Acho que está na hora de um acordo, vamos ver o que acontece. Às vezes eles precisam lutar entre si, temos que ver o que acontece. Mas acho que há grande chance de que haja um acordo“, disse Trump neste domingo, antes de embarcar no helicóptero Marine One, partindo da Casa Branca a caminho da Cúpula do G7, no Canadá.

O republicano também disse que os EUA seguem apoiando Israel, além de ter se negado a responder se pediu ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para suspender os ataques.

Cúpula do G7 no Canadá

A Cúpula do Grupo dos Sete (G7) começou neste domingo, com tensões elevadas em razão da escalada do conflito entre Israel e o Irã e da ameaça de uma guerra comercial global, faltando menos de um mês para o fim da trégua tarifária anunciada em abril pelo presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou presença na semana passada e deve chegar nesta segunda à noite para participar do encontro dos países mais ricos do mundo.

Além do Brasil, Austrália, Ucrânia, Coreia do Sul, México e Índia foram convidados para participar da cúpula do G7 neste ano. O encontro acontece até terça-feira, em Kananaskis, Alberta, no Canadá. Essa é a 50ª reunião do grupo, formado por EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá.

Será a primeira vez que Lula e Trump estarão na mesma mesa de negociações desde a posse do republicano, em janeiro. O presidente brasileiro deve aproveitar a alta cúpula global para encontros bilaterais, em especial com Trump.

Uma das reuniões já pré-acordadas deve ser com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, que busca apoio para a guerra contra a Rússia. Se realizada, será a segunda reunião entre ambos. A primeira ocorreu durante a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2023, em Nova York, após a tentativa frustrada de um encontro durante o G7 daquele ano, no Japão.

O petista confirmou sua participação na cúpula somente na semana passada, após convite formal feito pelo primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, durante telefonema, a poucos dias do evento nas montanhas canadenses.

A presença de Lula na cúpula do G7, contudo, já era prevista. Em visita a Paris, o brasileiro fez, inclusive, uma brincadeira sobre o assunto e disse que iria ao Canadá enquanto os Estados Unidos não anexassem o país vizinho. “Vou participar do G7 antes que os EUA anexem o Canadá como estado americano. Aproveitar esse pouco tempo de respiro que o Canadá tem como soberano”, disse Lula, na ocasião.

Participação de países com peso na economia

Para a vice-diretora do Centro de Geoeconomia do Atlantic Council, Ananya Kumar, o convite do G7 a países como o Brasil ocorre em meio ao maior peso dessas nações na economia global, em detrimento da menor representatividade das mais desenvolvidas.

Em 1992, quando a Rússia participou pela primeira vez do G7, as economias combinadas dos cinco países fundadores do bloco Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (Brics) respondiam por menos de 9% do Produto Interno Bruto (PIB) global, enquanto o Grupo dos Sete concentrava 63%. “Hoje, a participação do G7 é de 44% do PIB mundial e a dos membros fundadores do Brics mais que dobrou, chegando a quase 25%”, destaca Kumar.

Lula participa da reunião do G-7 no Canadá – JAPAN POOL / POOL

Neste ano, a cúpula do G7 deve ser marcada pela escalada de novos conflitos entre Israel e o Irã, com reflexos na segurança e na economia mundial devido ao salto nos preços do petróleo. A renovada tensão no Oriente Médio tende a pautar parte da reunião, consumindo a agenda dos líderes para outros assuntos.

Os membros do G7 devem tentar persuadir Trump, único líder com real influência sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Israel solicitou ao governo americano que se juntasse à guerra contra o Irã para eliminar o programa nuclear de Teerã, segundo a imprensa estrangeira.

Fim da trégua tarifária

As atenções com os conflitos no Oriente Médio dividem o palco com as tarifas de Washington, faltando menos de um mês para o fim da pausa das novas taxas, anunciadas em abril. Há expectativa de avanço nos acordos entre os EUA e países como Japão e Canadá durante a cúpula. Até o momento, os americanos selaram acordo apenas com o Reino Unido e avançaram em tratativas preliminares com a China.

Informações JC.

Céu Albuquerque

Jornalista, Escritora, Pesquisadora e Fotógrafa.

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