“A tropa insatisfeita e o cidadão amedrontado”: Deputado alerta sobre caos na segurança em Pernambuco
No centro de uma intensa discussão sobre a crise na segurança pública em Pernambuco, o deputado Coronel Alberto Feitosa, com seus 27 anos de experiência na PMPE, concedeu uma entrevista à rádio CBN CARUARU, revelando uma análise crítica sobre a atual situação do setor no estado.
O parlamentar apontou a falta de autonomia, diálogo e comando por parte da governadora Raquel Lyra como fatores cruciais para o caos na segurança. Feitosa destacou que a troca de comando e cargos nas Polícias Civil e Militar, além de tentativas de manchar a reputação dos profissionais, não resultarão em melhorias efetivas. O deputado citou a ex-secretária de Defesa Social, Carla Patricia, que se queixou da falta de diálogo com Raquel Lyra e a remoção dos comandantes da Polícia Civil e da Polícia Militar. Segundo Feitosa, a gestão atual não demonstra respeito nem autonomia aos comandantes da segurança, tampouco valorização dos policiais e efetivo suficiente, levando à insatisfação da tropa e gerando temor na população.
Questionado sobre a atuação dos parlamentares na Assembleia Legislativa diante desse cenário, Feitosa ressaltou que a Casa Joaquim Nabuco tem cobrado constantemente ações efetivas, ouvido as instituições policiais e, sob a gestão do presidente Álvaro Porto, destinou expressivos R$ 380 milhões do orçamento aprovado para o Estado aos órgãos de segurança pública. Esse montante foi direcionado para a construção da Academia da Polícia Civil, reposição salarial dos policiais civis, contração dos policiais penais e pagamento da extinção das faixas salariais.
A preocupação em relação ao Carnaval foi abordada na entrevista, considerando o cenário de violência crescente e a retirada de 358 câmeras de segurança em 4 cidades-pólos da festa (Recife, Olinda, Jaboatão e Caruaru). Feitosa expressou sua apreensão, alertando para a possível paralisação da Polícia Civil e da Polícia Militar se não houver uma resposta eficaz. A Polícia Militar, já operando com um efetivo menor do que em 1990, segundo o deputado, está no seu limite. A falta de soluções concretas para a crise pode desencadear uma greve da Polícia Civil, afetando também a Polícia Militar.
Diante desse cenário preocupante, a Assembleia Legislativa continua a pressionar por ações imediatas e efetivas, enquanto a sociedade aguarda respostas para superar a crise na segurança em Pernambuco.