Brasil Registra Queda nos Óbitos por AIDS, Mas Desafios Persistem: Pernambuco em Foco

 Brasil Registra Queda nos Óbitos por AIDS, Mas Desafios Persistem: Pernambuco em Foco

Foto: Reprodução

Em um cenário marcado por avanços e desafios, o Brasil registra uma queda significativa nos óbitos por AIDS, revela o último Boletim Epidemiológico apresentado pelo Ministério da Saúde. No entanto, por trás das estatísticas promissoras, emerge uma preocupação persistente com a disparidade racial. Pernambuco, em particular, evidencia essa dualidade, com uma redução de 29,5% no coeficiente de mortalidade por AIDS na última década, contrastando com um aumento de casos entre a população negra, que representa mais da metade das ocorrências desde 2015.

Em 2022, o estado registrou 515 óbitos ligados ao HIV ou à AIDS, uma diminuição de 11,9% em relação a 2012. A capital, Recife, destaca-se com uma taxa de mortalidade de 10,5 por 100 mil habitantes, ultrapassando a média nacional. Contudo, a disparidade racial revela que, apesar da queda geral, a doença ainda tem um impacto desproporcional sobre as pessoas negras, representando 61,7% dos óbitos em 2022.

Nacionalmente, a década testemunhou uma redução de 8,5% nos óbitos por AIDS, com o Ministério da Saúde reportando 10.994 casos em 2022. Entretanto, cerca de 30 pessoas morrem diariamente de AIDS no país, ressaltando a necessidade contínua de aprimorar estratégias de prevenção e tratamento.

Um fator crucial revelado pelo boletim é o critério raça/cor, que destaca que, até 2013, os casos de infecção pelo HIV eram predominantemente entre a população branca. No entanto, desde 2015, houve um aumento significativo entre pretos e pardos, reforçando a necessidade de abordagens mais inclusivas nas políticas públicas.

Para enfrentar esses desafios, o Ministério da Saúde implementou medidas, tornando obrigatório o registro da raça/cor no Cartão Nacional de Saúde. Além disso, em 2023, sistemas de saúde não permitirão mais registros “sem informação“, marcando um passo crucial em direção à igualdade racial.

Em um esforço contínuo para prevenir novas infecções, o Ministério da Saúde lançou a campanha “Existem vários jeitos de amar e vários de se proteger do HIV” no mês de Dezembro Vermelho. Ações adicionais incluem investimentos de R$ 27 milhões para a aquisição de um teste rápido que detecta sífilis e HIV simultaneamente, fortalecendo o rastreio e acelerando o tratamento.

Outra medida crucial é a redução da quantidade diária de comprimidos para pessoas vivendo com o vírus, facilitando a adesão ao tratamento. Esta mudança, que combina os antirretrovirais lamivudina e dolutegravir, destaca o compromisso do governo em melhorar a qualidade de vida dos pacientes e controlar a carga viral de maneira eficaz.

Apesar dos avanços, a luta contra o HIV/AIDS continua, demandando esforços contínuos para promover a igualdade, prevenção e cuidados efetivos. O Brasil está no caminho certo, mas desafios persistentes exigem uma abordagem multifacetada e inclusiva.

Céu Albuquerque

Engenheira Civil em Segurança do Trabalho, especialista em Orçamentação, Planejamento e Controle na Construção Civil, Jornalista e Fotógrafa.

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