Contra a Coreia, Murilo e Thales tentam evoluir com o Brasil na Liga das Nações

 Contra a Coreia, Murilo e Thales tentam evoluir com o Brasil na Liga das Nações

Murilo e Thales, os líberos da seleção brasileira de vôlei, após treino em Goiânia (Foto: Erica Hideshima)

Líberos, que também foram ponteiros, se alternam na competição e buscam dar mais equilíbrio ao sistema defensivo. Nesta sexta, equipe encara asiáticos, na estreia da segunda semana, em Goiânia

Murilo se joga, faz a defesa e volta para o fim da fila. É a vez de Thales, outro líbero do time, fazer sua parte no treino na Arena de Goiânia. A disputa é natural. Os dois, porém, deixam qualquer rivalidade de lado. Nesta sexta-feira, em Goiânia, os jogadores tentam dar ainda mais equilíbrio à equipe de Renan Dal Zotto na disputa da Liga das Nações. Na estreia da segunda semana da competição, o Brasil encara a Coreia do Sul, às 15h05.

O caminho dos dois na seleção é diferente. Thales, de 29 anos, passou a integrar a seleção principal no ano passado. Começou como reserva de Tiago Brendle, mas ganhou força e disputou a Liga Mundial e a Copa dos Campeões. Murilo fez sua história como ponteiro. Considerado o melhor jogador do mundo em seu auge, sofreu com problemas físicos e viu na mudança para líbero a chance de prolongar a carreira. E, ao final de sua primeira temporada, conseguiu conquistar o retorno à seleção. Na posição, porém, os dois têm algo em comum: a idolatria em Serginho, aposentado da seleção após o ouro nos Jogos do Rio.

– Aprendi muito com ele. Essa liderança que ele sempre teve, que ele construiu nesses anos de seleção e clube, acho que aprendi um pouco dessa responsabilidade de comandar o fundo de quadra, chamar a responsabilidade e ajudar os outros – diz Thales.

– Foram muitos anos com ele, e hoje acabo valorizando ainda mais o que ele faz dentro de quadra. Ser um líder dentro de quadra sem ter esse poder de decisão de pontos é muito mais difícil. Eu já o admirava muito pelo irmão que ele é e depois que virei líbero passei a admirar ainda mais – Murilo emenda.

Os dois, no entanto, tentam trilhar sua própria história na seleção. Murilo ainda tenta evoluir ainda mais com líbero. Como ponteiro, sempre teve no passe uma de suas qualidades mais fortes. Ainda sente falta do poder de decisão, mas fica feliz com o crescimento no fundo da quadra.

– Os problemas físicos nos últimos anos me atrapalharam muito, estava bem difícil conseguir atacar. A dificuldade agora é você não poder ser decisivo. Não poder atacar, não poder bloquear, ou seja: não poder pontuar e ter de preparar a jogada, viver de uma defesa, fazer um bom passe para o time poder pontuar. Essa mudança de chave foi bem difícil no início, mas agora já estou mais adaptado.

Murilo e Thales treinam com a seleção em Goiânia (Foto: João Gabriel Rodrigues)

Thales percorreu o caminho oposto. Na base, era ponteiro. Mas, sem a altura ideal, viu seu futuro como líbero. Quando começou, tinha Serginho como referência. Mas já apontava Murilo como um modelo a ser seguido.

– Fui ponteiro nas categorias de base e sempre admirei o Murilo, eu cresci vendo ele jogar. Mas eu não tinha a potência que o Murilo tinha. Para mim, era virar líbero ou nada. O Murilo tem muita experiência, consegue comandar o jogo bem. Essa mudança não deve ter sido muito difícil para ele porque o ponteiro e o líbero treinam sempre passe e defesa juntos, ele já tinha os ingredientes para ser bom nesta posição – conclui.

Na primeira semana da Liga das Nações, os dois se revezaram na posição. O Brasil somou duas vitórias, contra Sérvia e Alemanha, e uma derrota, para a Itália. Na busca por um lugar na fase final da competição, em julho, na França, o técnico Renan Dal Zotto espera que o time some o máximo de pontos possível.

– Neste tipo de competição, cada jogo é uma final. Precisamos pontuar para chegarmos à fase final. Mas, acima de tudo, queremos evoluir. Melhorar a cada jogo. Aqui, precisamos nos adaptar a escolas diferentes de vôlei em pouco tempo. Duas asiáticas, Coreia e Japão, com muita defesa e volume de jogo, e os Estados Unidos, mais parecidos com o Brasil.

Edição:Robson Ouro Preto

robsonouropreto

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