Os desvios da coluna, que incluem condições como escoliose, hipercifose e hiperlordose, são caracterizados por curvaturas anormais na estrutura vertebral. Esses desvios podem ter um impacto significativo na qualidade de vida, causando desde dor e cansaço até problemas de autoestima quando se tornam aparentes. Felizmente, muitos desses problemas podem ser tratados de acordo com o grau de gravidade.

O neurocirurgião Dr. Alexandre Elias, com mais de 20 anos de experiência no tratamento de doenças da coluna, observou um aumento nos casos de desvios de coluna, especialmente nos extremos da faixa etária, entre crianças e idosos. De acordo com o Dr. Alexandre Elias, o aumento do sedentarismo e o uso crescente de tecnologias que afetam a postura das crianças contribuíram para o aumento dos casos nesse grupo. No caso dos idosos, a longevidade em uma população naturalmente mais vulnerável a problemas degenerativos na coluna, sem atividades de contenção adequadas, também é um fator contribuinte.

Existem vários tipos de desvios da coluna, cada um com suas próprias características. Na escoliose, a coluna desvia-se para os lados, formando uma curva em “S” quando vista de trás. Na hiperlordose, a acentuação da curva ocorre na parte inferior da coluna, resultando em uma proeminência nos glúteos. Por outro lado, na hipercifose, a curva anormal é observada na região cervical, na parte superior da coluna.

A predisposição genética desempenha um papel importante nos desvios de coluna, especialmente na escoliose idiopática, que é mais comum durante a adolescência e pode se desenvolver ao longo do crescimento. Além disso, lesões traumáticas na coluna, como fraturas vertebrais, podem levar a desvios se não forem adequadamente tratadas.

Os sintomas dos desvios da coluna variam de acordo com o tipo e a gravidade do desvio. Os sintomas mais visíveis incluem desigualdade nos ombros, uma mama mais proeminente que a outra em mulheres, desproporção na curva do tronco e uma corcunda na região cervical. Em casos mais graves, a dor pode estar presente, muitas vezes relacionada à tensão muscular induzida pela curva, juntamente com fadiga muscular devido à tensão constante. A limitação da amplitude de movimento também pode tornar as atividades diárias mais desafiadoras.

O tratamento dos desvios da coluna deve ser personalizado, levando em consideração os sintomas e a gravidade do desvio. A fisioterapia é geralmente a primeira abordagem, envolvendo exercícios específicos projetados para fortalecer os músculos das costas, melhorar a postura e reduzir a dor. Em casos mais graves, dispositivos ortopédicos como coletes podem ser prescritos para auxiliar na correção da postura. Quando os sintomas são visíveis e debilitantes, procedimentos cirúrgicos de correção, como artrodese e osteotomia, podem ser indicados.

Cada caso deve ser discutido detalhadamente com um médico especialista, considerando as necessidades individuais e os possíveis benefícios de cada abordagem. Para mais informações sobre desvios de coluna e seus tratamentos, o Dr. Alexandre Elias aborda o assunto em seu podcast “Hora da Coluna”.

Sobre Dr. Alexandre Elias  

Neurocirurgião de coluna com foco de atuação em cirurgia minimamente invasiva, mestre pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) é também especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN), pela Sociedade Brasileira de Coluna Vertebral (SBC) e research fellow em cirurgia da coluna vertebral na University of Arkansas for Medical Sciences (EUA).

Dr. Alexandre ainda atua como preceptor de cirurgia de coluna vertebral no Departamento de Neurocirurgia da Unifesp desde 2007 e como membro do Hospital Sírio-Libanês e do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho.