Dirigentes do PT e PSB se encontram para alinhar conversa
O impasse entre PSB e PT para fechar uma parceria na eleição deste ano continua. Ontem, o dia foi de reuniões para socialistas e petistas. Os dirigentes partidários buscam um entendimento que possa atender os dois lados, mas divergências em alguns estados têm dificultado o acordo. O governador Paulo Câmara (PSB) chegou à tarde em Brasília, acompanhado apenas do ajudante de ordens, para se dedicar exclusivamente às articulações políticas. Os presidentes nacionais do PSB, Carlos Siqueira, e do PT, Gleisi Hoffmann, também se encontraram para mais uma rodada de conversa para tentar fechar o acordo. Também participaram o vice-presidente Marcio Macedo e o deputado Paulo Teixeira (SP).
Na reunião, ouviram de Siqueira que o partido de fato considera apoiar o pedetista Ciro Gomes na corrida ao Planalto. O PT reiterou, então, o desejo de selar um acordo nacional com o PSB e reforçou a disposição de apoiar candidatos socialistas em estados estratégicos, como Pernambuco. No estado, o PSB defende uma aliança com o PT para tentar evitar a pré-candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo do Estado.
“Ele (Siqueira) disse que o PSB está entre duas tendências, que é o PT e o PDT. O que discutimos foi o apoio ao Lula em uma aliança formal”, disse o deputado Paulo Teixeira (PT-SP). Os petistas aguardam a definição do PSB entre os próximos dias 20 e 22. “Este diálogo serviu para afirmar nossa disposição. Tem muitos lugares em que interessa ao PSB um apoio nosso”, comentou o parlamentar.
Hoje, Gleisi Hoffmann estará no Recife para uma agenda com a direção local do PT. A reunião está prevista para começar às 18h, com a participação de todas as correntes do partido, o que quer dizer que representantes dos blocos contra e a favor da pré-candidatura da vereadora do Recife Marília Arraes (PT) ao governo do estado estarão frente a frente com a principal liderança da sigla. Gleisi terá uma conversa reservada com Marília. Amanhã, a líder petista será recebida pelo governador Paulo Câmara em um café da manhã, no Palácio do Campo das Princesas.
Nos bastidores, o assunto esquenta as especulações. Comenta-se, por exemplo, que o governador é um dos maiores interessados em fechar o acordo e por isso prefere esticar um pouco mais a conversa. Ele, inclusive, seria o responsável por conter um pouco mais outras lideranças do PSB que defendem uma aliança formal ao précandidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes. Na versão de alguns socialistas, em reserva, a situação se torna mais complexa diante do posicionamento do PT de querer do PSB apoio à pré-candidatura de Lula (PT) ou do nome que venha a substituí-lo, no caso do petista ser impedido de disputar a eleição presidencial.
Mesmo com o peso que o PSB de Pernambuco tem na executiva nacional, na avaliação de integrantes da legenda no estado, não teria como impor uma coligação como deseja o PT. A reação contrária vem, principalmente, de lideranças do Rio Grande do Sul, do Distrito Federal, de São Paulo, do Ceará e da Paraíba. Diante desse cenário, outra avaliação que se faz é de que o máximo que o PT pode alcançar dentro do PSB é que a sigla socialista libere os estados para apoiarem quem quiser na campanha presidencial.
Edição:Robson Ouro Preto