Em Salgueiro, cavalgada reúne apaixonados pelo Sertão em percurso de 36 km

 Em Salgueiro, cavalgada reúne apaixonados pelo Sertão em percurso de 36 km
O domingo (6/8) foi de muito sol e cavalgada, em Salgueiro. O grupo Estradeiros do Sertão percorreu 36 km saindo do Castelinho, em direção à vila do distrito do Pau-Ferro com encerramento na Fazenda Cacimbinha.
Formado há pouco mais de um ano por iniciativa de amigos apaixonados por cavalos e montaria, Os Estradeiros reuniram em torno de 70 cavaleiros vindos das áreas urbanas e rurais de Salgueiro e de São José do Belmonte.
Dessa última cidade, localizada a 78,7 km de Salgueiro, participou o empresário José Mário Carvalho, que tem origem rural e cavalga desde criança. “Viemos com uma comitiva de oito cavaleiros. É algo que está no sangue. Uma das minhas filhas é louca por cavalos”, disse o empresário.
Para o médico Marcones Libório de Sá, é muito mais do que o amor por animais que une o grupo. É a paixão pela natureza, em especial a paisagem da caatinga, e pelas tradições culturais ligadas a ela.
Libório explicou que as cavalgadas são feitas semanalmente e a cada mês é organizado um grande evento. Ele, ainda, esclareceu a diferença entre a cavalgada e a vaquejada.  “A vaquejada tem a pega de boi e restringe muito a participação, mas a cavalgada abrange todas as idades e a mulher”.
Com, apenas, 22 anos, a estudante de direito, Tarine Grangeiro, monta cavalos desde criança. A futura advogada integrou-se aos Estradeiros e não consegue esconder a paixão pela prática. “Minha família toda corre. Aprendi a andar de cavalo antes de caminhar”, falou em tom de brincadeira.
Estudantes, médicos, empresários, agricultores, artesãos, meninos e idosos. Homens e mulheres. Para eles, a única coisa que importa é o amor pelas raízes sertanejas, como é o caso do proprietário de uma loja de produtos agrícolas, rações e artesanato, Francisco de Assis Leite, que traz a lida na agricultura e a criação de animais como herança de família. “Sou filho de vaqueiro,  fui criado correndo atrás do boi, por isso gosto de participar”.
▶Tradição cultural – Quem acha que a cavalgada se resume ao passeio com os cavalos se engana.
Religiosidade, música, poesia popular e culinária permeiam a programação dos cavaleiros, em pontos distintos do percurso.
Nesse domingo(6/8), às 8h, uma bênção dada pelo padre Erasmo foi o ponto de largada da cavalgada que, ainda, fez uma parada no Recanto da Padroeira.
Na vila do distrito do Pau-Ferro, mais uma pausa em frente à capela para, de chapéu no peito, rezarem um pai nosso e acompanharem a ‘Ave Maria Sertaneja’ e ‘A Morte do Vaqueiro’ ao som de uma sanfona e muitos chocalhos.
Depois da reza, hora de seguir para a casa do artesão Zé do Mestre, onde os cavalos tomaram banho e beberam água, enquanto os cavaleiros comiam o tradicional baião de dois, acompanhado de cuscuz, bode cozido e assado, com direito a um forró liderado pelos 8 baixos de Nêgo do Mestre e Luizinho do Mestre, muita contação de ‘causos’ e poesia de cordel.
Fonte: Sertão Central

robsonouropreto

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